Depois de um ano atuando em três escolas estaduais de Guarapuava, projeto sobre a crise hídrica chega ao fim

Depois de um ano atuando em três escolas estaduais de Guarapuava, projeto sobre a crise hídrica chega ao fim

Cuidar da água que, algumas vezes, passa até por debaixo dos nossos pés. Esse é o objetivo do projeto Crise Hídrica: oficinas ecopedagógicas. A finalização da atividade extensionista, financiada pelo Fundo Municipal do Meio Ambiente, reuniu os alunos das três escolas estaduais participantes: Manuel Ribas, Antônio Tupy Pinheiro e Padre Honorino.

Os materiais produzidos pelos alunos foram distribuídos para disseminar as ações e os conhecimentos (Foto: Luiz Felipe Panozzo)

A estudante aluna Ana Heloísa Saldanha, do segundo ano do Ensino Médio, conta que foi com as oficinas que ela entendeu a importância do rio que fica bem pertinho do colégio onde estuda. “Fez com que eu pensasse de modo consciente, a ponto de eu não querer desperdiçar água. Ver o quanto é importante ter um rio, ter a mata ciliar, por conta das raízes que faz com que a chuva vá para os lençóis freáticos. E isso foi muito interessante”.

Conscientização que levou os alunos a saírem da escola e compartilharem as informações também para a comunidade do bairro. Isso foi o que mais incentivou que Beatriz Matakas, acadêmica de Ciências Biológicas, permanecesse no projeto. “Os estudantes tiveram uma voz ativa muito grande. Então, a gente jogava a ideia e, a partir disso, ia trabalhando conforme o que eles queriam. Desde o começo até o final, dá para ver muitas mudanças nas cabeças deles. Eles sabem, agora, que dá para fazer várias coisas, aprender várias coisas sem estar sentado, copiando de um quadro”, afirma.

Fanzines fazem parte dos materiais produzidos pelos estudantes participantes do projeto de extensão (Foto: Luiz Felipe Panozzo)

Para a professora Janaína Jaskiu, do Colégio Antonio Tupy Pinheiro, a escola e os modos de se ensinar passaram por transformações ao longo desse ano, por conta das ações do projeto, que são interdisciplinares. “Problematizando questões próximas dos alunos, o ganho em termos de aprendizado é muito significativo. Então, eram disciplinas que podiam puxar os elementos debatidos nas oficinas para várias áreas do conhecimento. Foi muito produtivo”, acredita.

E como foi produtivo. Os estudantes, orientados pelos participantes do projeto de extensão – alunos e professores dos Departamentos de Ciências Biológicas e Geografia da Unicentro – fizeram fanzines, folderes, telejornais e jornais-murais. Material educomunicativo que foi conferido de perto pelo Secretário Municipal de Meio Ambiente de Guarapuava, Celso Araújo. Para ele, a conclusão das atividades não significa o fim do projeto, já que os resultados são duradouros. “Os alunos foram para a prática, foram pesquisar, foram entrevistar a comunidade. Então, tudo isso fica para as gerações futuras. Eles são multiplicadores e o resultado vai continuar acontecendo com todo esse material”.

Três colégios estaduais participaram do projeto: Manuel Ribas, Tupy Pinheiro e Padre Honorino (Foto: Luiz Felipe Panozzo)

E para a produção dos materiais, os estudantes foram a campo: pesquisaram, entrevistaram moradores das localidades onde ficam as escolas e examinaram os córregos. Para uma das coordenadoras do projeto, a professora Ana Lúcia Suriani, o maior valor das ações está no contato com a comunidade. “A gente valoriza muito esse ato de estar com a comunidade e aprender com a comunidade. Nós percebemos, para os nossos acadêmicos, como se envolver com um projeto de extensão faz a diferença. Eles puderam praticar essas ações, puderam vivenciar e, também, auxiliar na sensibilização dessa comunidade”.

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