Depois de um ano atuando em três escolas estaduais de Guarapuava, projeto sobre a crise hídrica chega ao fim
Cuidar da água que, algumas vezes, passa até por debaixo dos nossos pés. Esse é o objetivo do projeto Crise Hídrica: oficinas ecopedagógicas. A finalização da atividade extensionista, financiada pelo Fundo Municipal do Meio Ambiente, reuniu os alunos das três escolas estaduais participantes: Manuel Ribas, Antônio Tupy Pinheiro e Padre Honorino.
A estudante aluna Ana Heloísa Saldanha, do segundo ano do Ensino Médio, conta que foi com as oficinas que ela entendeu a importância do rio que fica bem pertinho do colégio onde estuda. “Fez com que eu pensasse de modo consciente, a ponto de eu não querer desperdiçar água. Ver o quanto é importante ter um rio, ter a mata ciliar, por conta das raízes que faz com que a chuva vá para os lençóis freáticos. E isso foi muito interessante”.
Conscientização que levou os alunos a saírem da escola e compartilharem as informações também para a comunidade do bairro. Isso foi o que mais incentivou que Beatriz Matakas, acadêmica de Ciências Biológicas, permanecesse no projeto. “Os estudantes tiveram uma voz ativa muito grande. Então, a gente jogava a ideia e, a partir disso, ia trabalhando conforme o que eles queriam. Desde o começo até o final, dá para ver muitas mudanças nas cabeças deles. Eles sabem, agora, que dá para fazer várias coisas, aprender várias coisas sem estar sentado, copiando de um quadro”, afirma.
Para a professora Janaína Jaskiu, do Colégio Antonio Tupy Pinheiro, a escola e os modos de se ensinar passaram por transformações ao longo desse ano, por conta das ações do projeto, que são interdisciplinares. “Problematizando questões próximas dos alunos, o ganho em termos de aprendizado é muito significativo. Então, eram disciplinas que podiam puxar os elementos debatidos nas oficinas para várias áreas do conhecimento. Foi muito produtivo”, acredita.
E como foi produtivo. Os estudantes, orientados pelos participantes do projeto de extensão – alunos e professores dos Departamentos de Ciências Biológicas e Geografia da Unicentro – fizeram fanzines, folderes, telejornais e jornais-murais. Material educomunicativo que foi conferido de perto pelo Secretário Municipal de Meio Ambiente de Guarapuava, Celso Araújo. Para ele, a conclusão das atividades não significa o fim do projeto, já que os resultados são duradouros. “Os alunos foram para a prática, foram pesquisar, foram entrevistar a comunidade. Então, tudo isso fica para as gerações futuras. Eles são multiplicadores e o resultado vai continuar acontecendo com todo esse material”.
E para a produção dos materiais, os estudantes foram a campo: pesquisaram, entrevistaram moradores das localidades onde ficam as escolas e examinaram os córregos. Para uma das coordenadoras do projeto, a professora Ana Lúcia Suriani, o maior valor das ações está no contato com a comunidade. “A gente valoriza muito esse ato de estar com a comunidade e aprender com a comunidade. Nós percebemos, para os nossos acadêmicos, como se envolver com um projeto de extensão faz a diferença. Eles puderam praticar essas ações, puderam vivenciar e, também, auxiliar na sensibilização dessa comunidade”.