Projeto da Unicentro promove encontros vivenciais para encontrar soluções para conflitos processuais
Ao longo de todo o ano, a Procuradoria Jurídica da Unicentro realizou atividades ligadas ao projeto “Ciclo Direito Sistêmico em Ação: as constelações familiares no judiciário”. Os encontros são baseados no método elaborado pelo filósofo e psicoterapeuta alemão Bert Hellinger e, num dos módulos, discutiu as leis que regem os relacionamentos humanos.
O método das constelações familiares busca a resolução dos conflitos relacionados aos processos que tramitam na justiça. “O Direito Sistêmico é uma forma de olhar para os conflitos processuais e procurar encontrar soluções que tragam a paz para ambas as partes, que se encontram naquele processo. Então, Direito Sistêmico é um novo olhar que se lança sobre as relações judiciais sobre os processos, que existem e que tramitam na justiça”, conta a professora Sttela Nerone, que é coordenadora e pacificadora do projeto.
Fernanda Proche é advogada e também atua como pacificadora durante os encontros vivenciais. Para ela, resolver os conflitos de uma maneira mais harmoniosa, com as partes chegando em acordo sem buscar o Judiciário, é um dos objetivos dos encontros promovidos pelo projeto, que tem como norte as constelações familiares. “Resolver conflitos pela harmonia do sistema, possibilitando que as pessoas encontrem uma maneira de, com amor, solucionar aquilo que está causando algum problema, algum mal estar, alguma situação incômoda na vida”, explica.
Participam dos encontros as pessoas que são atendidas pelo Neddij (Núcleo de Estudos e Defesa dos Direitos da Infância e da Juventude) e pelo Programa Patronato. No início, todos recebem instruções sobre como funciona a Constelação Familiar e no que consiste o método. Após a explicação, são realizadas sessões voltadas para a resolução de conflitos.
Jocemari é residente técnica e atua no Neddij. Ela vê no método uma forma diminuir a demanda pelo Judiciário sem prejudicar nenhum dos envolvidos. “As constelações familiares vêm para somar, para ajudar as pessoas a se conscientizar que não são apenas elas que têm conflitos. Além disso, o método procura mostrar que esses problemas podem ser resolvidos não só através do Judiciário. A constelação pode impedir ou evitar que surjam novas demandas judiciais, que são de simples solução”.
Segundo a professora Sttela Nerone, desde 2010, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vem reconhecendo a necessidade de se testar outros métodos, que possam levar à resolução de conflitos judiciários. Por isso, nos últimos anos, foi aberto um espaço para o uso das constelações familiares e, hoje, no Brasil, o método já é usado em 13 tribunais. “Nosso objetivo é colaborar, buscamos a pacificação dos conflitos para que as pessoas se entendam melhor e para que a gente possa, então, disseminar uma cultura de paz”, conclui.