Biojoias mostram a diversidade da cultura guarani

A cultura brasileira é plural, resultado da miscigenação entre muitos povos. Aqui na região centro-oeste do Paraná, a ONG Outro Olhar busca preservar as tradições das comunidades indígenas e, em especial, dos índios guaranis. Afinal, é uma cultura tão próxima e, ao mesmo tempo, tão distante de nós.

As atividades dos índios guaranis, na Unicentro, teve início com uma oficina de artesanato (Foto: Vanessa Barbosa)

As atividades dos índios guaranis, na Unicentro, teve início com uma oficina de artesanato (Foto: Vanessa Barbosa)

Foi na intenção de disseminar a cultura indígena, que a universidade abriu suas portas para a comunidade Guarani, a partir de uma demanda da organização não-governamental, como conta a coordenadora de projeto, Sandra Ara-Ju Roning. “A gente sempre vê essa necessidade, também nas comunidades, de interagir com o centro universitário, porque elas se sentem, de certa forma, distantes, e a gente quer aproximar. O nosso trabalho é fazer essas pontes, aproximar”.
OE para promover essa aproximação, a organização não-governamental promoveu um dia todo de atividades culturais no campus Santa Cruz da Unicentro. Primeiro, a comunidade universitária pode participar de uma oficina ministrada por duas artesãs das comunidades guarani. Uma delas é a Floriana Martines, que conta como foi. “Eu ensinei pulseira hoje, mas a gente faz de tudo. Tem três meninas, uma que faz brinco, e outra colar”.
O publicitário Maxmillian Gomes resolveu participar da oficina por achar importante essa troca de experiências entre as culturas e as tradições. “Eu achei muito interessante e acho que tem que ter cada vez mais. Aproximar as pessoas dessa vivência dos indígenas, para que as pessoas também possam conhecer o método de trabalho deles”.

Qualidade da coleção de biojoias chamou a atenção da comunidade universitária (Foto: Vanessa Barbosa)

Qualidade da coleção de biojoias chamou a atenção da comunidade universitária (Foto: Vanessa Barbosa)

E se o objetivo era a interação entre os povos, na sequência, foi realizado um colóquio. A atividade contou com a participação de voluntários estrangeiros do projeto que estão no Brasil e de índios das comunidades guaranis da região. “A gente cantou uma música para chamar as pessoas para vir cantar com a gente. Foi uma coisa emocionante me apresentar para vocês. É a primeira vez que a gente está vindo aqui, e é muito legal pra gente”, comemorou o índio Rafael de Quadros.
Mas o ponto principal da programação foi o lançamento da coleção de biojóias produzidas pelas artesãs guaranis. No total, mais de 250 peças foram colocadas a venda no hall de entrada de exposições da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura. “A ideia da coleção foi de lançar uma coisa um pouco ousada para a comunidade indígenas. Ousadomas, por que não? Elas tem muito talento. São talentosíssimas!”, contou Sandra Ara-Ju.
Entre as peças da coleção estão brincos, anéis, colares e pulseiras. Diversidade cultural em forma de artesanato. “Eu trouxe para vender tiaras, pulseiras e anéis”, mostrou Silmira Alves. Já a Inácio Peralta disse que “tem de tudo um pouco. Tem enfeite de cabelo também, que a gente faz”.

Lançamento foi acompanhado de apresentações culturais dos índios guaranis (Foto: Vanessa Barbosa)

Lançamento foi acompanhado de apresentações culturais dos índios guaranis (Foto: Vanessa Barbosa)

Todo o dinheiro arrecadado com as vendas é integralmente revertido para a artesã que produziu a peça. Quem passou por aqui e comprou as biojoias, como a professores Cerize Gomes, teve a certeza que levou para casa um produto de ótima qualidade. “Essa coleção de biojoias ficou maravilhosa, é um trabalho que eu ainda não vi em nenhum outro lugar”.
O sucesso do lançamento e de todas as demais atividades foi tanto, que a ideia agora é estreitar ainda mais os laços entre as comunidades indígenas, a associação Outro Olhar e a Unicentro. “Eu acredito que seja só o começo, que eles encontrem na universidade um meio de disseminar o que eles fazem e a gente de aprender também e proporcionar outras ações”, avaliou Érica Dias Gomes, diretora de Cultura da Unicentro.

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