Inaugurações adiadas no Campus Irati

Câmpus de Irati da Unicentro sedia Encontro Estadual “Trabalho e Saúde”

Até sábado (5), a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) está sediando o “Encontro Estadual Trabalho e Saúde: construindo ações no cotidiano”. Realizado no Câmpus de Irati, o evento é promovido pelo Núcleo de Estudos e Práticas sobre a Dimensão Humana do Trabalho (Nuhtra) e pelo Laboratório Interinstitucional de Subjetividade e Trabalho (List).

Encontre reúne pesquisadores, acadêmicos e trabalhadores de diferentes áreas (Foto: Coorc)

Com o objetivo de discutir temáticas relacionadas às condições de saúde dos trabalhadores, o encontro reúne pesquisadores, acadêmicos e profissionais de diferentes áreas. “Além da comunidade universitária, estão participando trabalhadores da saúde, da educação, da assistência social, da segurança do trabalho e da dimensão privada também”, conta a professora Claudia Regina Magnabosco Martins, coordenadora do evento. 

De acordo com a organizadora, a ideia do encontro é proporcionar um espaço de escuta e troca de experiências entre os participantes. “Queremos fazer um evento discutido, compartilhado, para que se possa colocar em pauta o que temos visto acontecer, que é a perda da saúde devido ao trabalho. Nosso maior objetivo seria o inverso: que o trabalho produzisse saúde e bem-estar”, pontua Claudia.

Na quinta-feira (3), a programação deu ênfase aos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS). A abertura contou com a participação de duas profissionais do Departamento de Gestão e Regulação do Trabalho em Saúde (Degerts), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. 

Pela manhã, a coordenadora de Saúde e Segurança do Trabalhador da Saúde, Flávia Ferreira-de-Sousa, chamou atenção para as principais vulnerabilidades que acometem a categoria profissional no Brasil. Segundo ela, esses trabalhadores enfrentam tanto riscos físicos e ergonômicos quanto psicossociais.

Abertura do evento falou sobre as condições de saúde dos trabalhadores do SUS (Foto: Coorc)

“Os trabalhadores da saúde ocupam a terceira colocação em número de suicídios no Brasil, então a gente traz essa questão da saúde mental como muito importante a ser desenvolvida. Além disso, nos últimos dez anos, foram cerca de 800 mil notificações de doenças relacionadas ao trabalho no SUS. A maior parte delas foram acidentes de trabalho com exposição à material biológico, seguido de acidentes de trabalho de maneira geral e lesões osteomusculares”, detalha Flávia.

Na ocasião, também foi apresentado o Programa Nacional de Atenção Integral à Saúde e Segurança da Trabalhadora e do Trabalhador do Sistema Único de Saúde (PNAIST-SUS), uma proposta do Ministério da Saúde que está em processo de implementação. 

Como explica a coordenadora-geral de Gestão e Valorização do Trabalho na Saúde, Erica Bowes, a iniciativa visa desenvolver ações de promoção à saúde e segurança do trabalhador. “Esse programa vem no sentido de fazer com que essa força motriz tenha um trabalho digno e saudável para responder adequadamente, de forma eficiente e resolutiva, à atenção e ao cuidado da população brasileira. Então a gente deseja reduzir filas, desejamos ampliar o acesso à saúde, mas que seja um acesso sustentável”, pontua.

Ainda no primeiro dia de evento, Érica apresentou o Plano Setorial de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e à Discriminação no Trabalho na Saúde (PEADTS), também desenvolvido pela pasta com o objetivo de criar um ambiente seguro especialmente às profissionais da área. “Esses planos são um conjunto de respostas para estabelecer ações de promoção da saúde física e mental do trabalhador, reconhecendo inclusive a própria característica dessa força de trabalho, que é em sua grande parte feminina”, reforça a coordenadora.

Segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), 75% dos trabalhadores do SUS são mulheres. “E quando olhamos para a base dessa força de trabalho, são sobretudo mulheres negras”, relembra Flávia. “É importante que a gente humanize o trabalhador da saúde, entendendo que ele também tem necessidades, que ele precisa da garantia da sua integridade física e mental e de um espaço de trabalho livre de violências”, complementa Erica.

Programação segue até sábado (5) 

Nesta sexta-feira (4), o Encontro Estadual discute a saúde mental e o adoecimento de trabalhadores, além do impacto das tecnologias digitais no trabalho. “A programação vai tratar também do trabalho remoto, o trabalho em plataformas, que tem sido cada vez mais presente no cotidiano e que pouco temos atuado sobre ele”, afirma a professora Claudia. 

O evento termina amanhã com a participação de representantes dos grupos de Psicologia do Trabalho. 

 

Por Paula Claro


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