“A mulher no mundo da arte” é temática do II Fórum da Mulher, do Campus Irati
O II Fórum da Mulher, promovido pela Divisão de Promoção Cultural do Campus de Irati (Diproc), teve como temática, em sua segunda edição, “A mulher no mundo da arte”. “O objetivo de refletir a arte é, justamente, questionar em que medida esse espaço é livre de conflitos para as mulheres. Aparentemente, é só no senso comum que ele é livre desses conflitos. Na real, na prática, não é isso que ocorre”, explica Alexandra Lourenço, chefe da Diproc.
Durante o evento, que contou com a participação de quase trezentas pessoas e lotou o Auditório Denise Stoklos, três palestras com diferentes abordagens sobre o tema foram realizadas. A noite contou com a participação da professora Ana Gilles, do Departamento de História, que tratou de aspectos relacionados a sua pesquisa quanto a participação da mulher na história da arte, e o silêncio que há sobre o tema.
Já a bailarina e professora Daniela Kuhn, do Departamento de Educação Física da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, falou sobre sua própria experiência. “O padrão corporal imposto para as mulheres têm reflexos muito fortes no mundo da dança. Hoje, socialmente, já temos uma imposição, que é extremamente violenta e nos condiciona a práticas que nos trazem muito sofrimento, anulando a diversidade possível do ser mulher”, afirma.
A artista plástica Lilian Gassen, que também é professora da Unespar (Universidade Estadual do Paraná), em Curitiba, usou sua fala para apresentar alguns dados sobre os diferentes papéis dos gêneros dentro do mundo das artes. “Existem algumas diferenças sutis de tratamento profissional. Nós temos algumas estatísticas engraçadas: mais homens entram e são representados pelas galerias de arte. Contudo, são as mulheres que vendem mais”.
A estudante do curso de História, Raielle Kollaritsch, viu no tema uma oportunidade para entender o contexto em que a mulher está inserida dentro das artes e, também, para conhecer novas artistas. “Eu, sendo bem sincera, não conheço muitas pintoras por exemplo, e acho que isso ocorre porque elas são poucos divulgadas. São sempre os homens que ficam, tanto com esse espaço, como com vários outros. Esse evento é muito importante para quebrar isso. Mostrar que nós somos ativas, participativas e, principalmente, que somos capazes de sermos artistas também”.
A professora Alexandra explica que é de extrema importância abrir espaços dentro da Universidade para falar e refletir sobre questões que permeiam a temática do feminino e o papel da mulher. “Seja o espaço da política, da arte, o espaço profissional, do mercado de trabalho, até mesmo o espaço doméstico. Todos são espaços para se questionar. Eu penso que a Universidade tem esse papel de promover essas discussões. Por isso, justamente, eu lancei o I Fórum e quero que ele vingue, que tenhamos outros e, em cada vez, pensando a mulher de uma maneira diferente”, finaliza.