Curricularização da extensão é um dos temas debatidos na Siepe
A Extensão – que é o fazer chegar a comunidade o conhecimento produzido na Universidade, fazendo com que ela se beneficie dele – é um dos pilares de sustentação do Ensino Superior, juntamente com a Educação e com a Pesquisa. Durante a Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão (Siepe), a pró-reitora de Extensão e Cultura, Elaine Maria dos Santos esteve no campus Irati para uma mesa-redonda com professores a respeito da curricularização da extensão.
“O que a universidade faz no seu papel social? Essa é a pergunta desencadeadora e, a partir dessa inquietação temos diferentes projetos em várias áreas, justamente tentando fazer essa troca do conhecimento científico com o popular, de forma que tenhamos um enriquecimento na formação do nosso estudante e uma transformação na comunidade que estamos inseridos”, define Elaine.
E esse eixo está passando por uma espécie de valorização. Isso porque, a partir de uma norma presente no Plano Nacional de Educação, a Extensão deve ser um item do currículo de todos os cursos de graduação – assim como a pesquisa, que é contemplada com disciplinas como “Metodologia de Pesquisa” e com o desenvolvimento de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs), em formato de artigo científico -, que precisarão reservar 10% de sua carga horária total para o desenvolvimento de atividades e ações de pertinência social. Essa determinação deve ser implantada por todas as Instituições de Ensino Superior e seus respectivos cursos, no máximo, até 2024.
“É um trabalho que iniciamos aqui na Unicentro já no ano passado, e desde então, estamos fazendo reuniões, discussões, rodas de conversa, trazendo especialistas na área e também representantes de outras universidades que já consolidaram essa proposta. Isso para poder, a partir dessas experiências, construir a nossa proposição de implementação da curricularização. Durante a Siepe, aproveitamos para dar uma devolutiva do que recebemos dos Departamentos Pedagógicos e dos Núcleos Docentes Estruturantes, do que propõe fazer e como implementar. Afinal, esse é o nosso grande desafio”, observa a pró-reitora.
Elaine explica que um trabalho intenso foi desenvolvido junto aos Núcleos Docentes Estruturantes (NDE’s), e professores dos departamentos pedagógicos, e que, atualmente, os acadêmicos estão sendo ouvidos. A proposta é finalizar todo esse trabalho de discussão ainda neste mês e elaborar uma minuta para tramitação interna na Universidade. Com isso, os departamentos que desejarem, já poderão incluir as atividades de extensão nos seus currículos a partir do próximo ano.
“Quando falamos em universidade não podemos descolar Ensino, Pesquisa e Extensão, porque quando fazemos concurso ele é para uma universidade, e a extensão é um desses eixos. E tem cursos claro, que já tem uma expertise, que por natureza tem mais ações extensionistas, e eu penso também que aqueles que não tem essa relação tão próxima, é uma questão de tempo, de amadurecimento e até mesmo, de conhecimento. Então temos feito um trabalho junto aos departamentos que não tem essa familiaridade com a extensão para que possam conhecer, e nos ajudar nessa construção, que é em várias mãos”, ressalta a pró-reitora.
Um dos professores que participou da mesa-redonda é o vice-chefe do Departamento de Geografia do campus Irati, Daniel Luiz Stefenon. Conforme Daniel, as discussões para a curricularização da extensão no curso estão sendo feitas junto ao NDE e com os professores lotados no departamento, e vem sendo vista como algo muito positivo. Segundo ele, a pretensão é expandir a extensão, pois ela é um componente importante da formação dos estudantes que depois de formados serão professores.
“Nós trabalhamos num curso de licenciatura, por isso, estamos olhando a extensão com uma dimensão importante na formação desse estudante. O nosso departamento desenvolve projetos como a Feira Agroecológica, o Museu de Geociências e a Guarda Mirim, que dão um retorno bastante bacana no sentido de verificar mesmo na identidade daquele estudante que participa, elementos de avanço no que diz respeito ao seu desenvolvimento intelectual e, também, na sua relação com a comunidade e com os problemas que existem no mundo verdadeiramente”, salienta o professor.