Carvalho brasileiro é objeto de estudo de projeto aprovado pelo Edital Universal do CNPq

Carvalho brasileiro é objeto de estudo de projeto aprovado pelo Edital Universal do CNPq

Evandro vai comandar pesquisa junto a três alunos: um de graduação, um de Mestrado e outro de Doutorado (foto: Marina Lukavy)

Dentre os oito projetos da Unicentro aprovados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), através da Chamada Universal 2016, o do professor Evandro Tambarussi, do Departamento de Engenharia Florestal do campus Irati, foi o único selecionado para a Faixa C, com financiamento de até R$120 mil. O projeto vai estudar o carvalho brasileiro, espécie que está ameaçada de extinção.

Como as nossas atividades aqui do laboratório de Genética e Melhoramento Florestal, são mais onerosas, então nós submetemos o projeto para a faixa de maior valor, que é a C. E esse financiamento, além de auxiliar o laboratório, vai possibilitar o desenvolvimento de uma pesquisa de ponta”, destaca o professor.

O projeto é intitulado “Efeito do manejo da araucaria angustifolia na diversidade genética e estrutura genética espacial intrapopulacional do carvalho brasileiro (Roupala brasiliensis klotzsch) avaliados por marcadores microssatélites”. Evandro explica que o projeto tem todo um cunho teórico a respeito de genética de populações, mas tem um apelo muito prático.

Atualmente, os pesquisadores ao redor do mundo usam algumas metodologias para se estimar o parentesco entre as árvores de populações naturais. Neste projeto, vamos avaliar doze métodos de estimação de parentescos e, fazendo simulações, propor o melhor estimador para ser utilizado na conservação da espécie e das correlacionadas, mas também, criar metodologias para a estimativa desses melhores coeficientes de parentesco. Então esse projeto vai poder ser utilizado para a Roupala brasiliensis, o carvalho brasileiro, que é a espécie sob estudo, mas pode ser muito bem extrapolado para quaisquer outras espécies arbóreas”, detalha o professor.

Frutos da Roupala brasiliensis klotzsch, o carvalho brasileiro (foto: Tiago Grespan)

Evandro, que é do estado de São Paulo, conta que quando chegou na região conheceu um projeto do Departamento de Engenharia Florestal já implantado, o Imbituvão, que visa compreender melhor o manejo da araucária. Dentro do projeto, o professor percebia que poderia desenvolver uma pesquisa com espécies correlacionadas. Ele afirma que escolheu o carvalho brasileiro pelo apelo ecológico, já que ele está na lista das espécies ameaçadas de extinção. Assim, o pesquisador busca entender como se dá o efeito do manejo da araucária sobre a diversidade genética e estrutura espacial intrapopulacional nessas populações de carvalho.

Nós vamos pegar, basicamente, duas populações – uma onde a araucária foi manejada, e outra, onde a araucária não foi manejada e a espécie é conservada, digamos assim – e vamos compará-las. Também estudaremos o sistema de reprodução da espécie, pois gera subterfúgios muito importantes para a conservação da mesma e o pré melhoramento genético. Essa espécie é de importância madeireira, e olhamos para ela como uma espécie potencial para melhoramento. Entendendo o sistema de reprodução dela, vamos compreender como ela vai poder ser manejada no sentido genético para ser uma espécie melhorada geneticamente”, explana Evandro.

Estarão envolvidos diretamente no projeto três alunos: um de graduação, um de Mestrado e outro de Doutorado. O professor ressalta que, para ele, enquanto profissional recente, pois tem apenas três anos de docência, sendo dois na Unicentro, é uma grande satisfação trazer uma proposta tão importante e que é de visibilidade nacional e, também, internacional. Afinal, o projeto envolve pesquisadores brasileiros e de instituições do exterior, como o professor David Boshier, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, que virá para o Brasil para ministrar um curso sobre Diversidade Genética de Espécies Tropicais.

Logo que saiu o resultado do Edital Universal do CNPq, estive na Universidade de São Paulo (USP), onde fiz parte do meu doutorado, e lá todos os professores da área já sabiam que eu tinha a aprovação e vieram me parabenizar da importância de um projeto desta magnitude, o que não é fácil. Até então, não tínhamos muito esta noção, mas depois que professores renomados da área souberam e vieram nos parabenizar pelo projeto, ficamos muito felizes mesmo, e espero que eu possa contribuir para a Unicentro e que a Universidade cresça e seja muito mais visível com a aprovação desse projeto”, conclui o professor Evandro.

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