Departamento de Psicologia promove Ciclo de Palestras sobre Psicanálise
Com encontros realizados aos sábados, o Ciclo de Palestras: “Fazeres da Psicanálise na Clínica” apresenta a visão de profissionais que já trabalham há bastante tempo com a área clínica, sobretudo, orientados pela psicanálise. O evento está sendo promovido pelo Departamento de Psicologia do campus Irati da Unicentro, sob a coordenação da professora Ângela Cristina Silva.
“É uma troca de experiências muito valiosa, e foram convidadas pessoas que, não necessariamente, são envolvidas diretamente com a Universidade, apenas um dos palestrantes é um professor aqui do campus, e que trabalham com a clínica há bastante tempo. E a questão dos dias de encontro também tem a ver com isso, porque são pessoas que não moram em Irati, que trabalham de segunda a sexta-feira, e o sábado acabou sendo uma alternativa”, conta Ângela.
O Ciclo de Palestras foi pensado para os alunos do curso de Psicologia e até as inscrições tiveram um preço bem acessível em função disso. Mas o evento chamou a atenção também de egressos da Unicentro e de psicólogos que atuam em Irati. “A aceitação foi bem boa. Passei uma ficha de avaliação e o retorno foi positivo. Acredito que apesar do cansaço da semana, da dificuldade de vir para a universidade num sábado, quando nem o ônibus entra aqui, ainda assim estamos tendo bastante participação”, complementa a professora.
A Psicanálise e a Psicologia são duas áreas que se desenvolveram paralelamente, mas que se encontraram no século vinte, sobretudo na Universidade. A professora explica que quando a Psicologia estava se transformando em uma área de conhecimento no final do século XIX, a Psicanálise estava sendo inventada neste mesmo período.
“Mas a Psicanálise não teve uma aceitação, digamos assim, dentro da universidade porque neste comecinho as pessoas tinham uma certa desconfiança com o objetivo principal dela que diz respeito a investigação do inconsciente. Como isso aconteceu numa época em que o pensamento era dominado pelo racionalismo ficava complicado você aceitar a ideia de que o ser humano não seria inteiramente governado pela razão”, afirma Ângela.
Com a entrada do século XX, a Psicanálise acabou se estendendo a vários países da Europa e, também aos Estados Unidos, e passou a ser reconhecida. “As universidades passaram a ter Psicanálise, sobretudo nos cursos de Medicina, nas matérias relacionadas a Psiquiatria. Aqui no Brasil quando a Psicologia se estabelece como profissão, muitos psiquiatras foram professores nos primeiros cursos de Psicologia, e por conta disso a Psicanálise entrou nas grades curriculares e ela pode ser considerada como uma orientação técnica e teórica dentro da Psicologia hoje. Então existem psicólogos que nas suas práticas variadas, seja na clínica ou em outros campos, se dizem orientados pela Psicanálise. É neste sentido que podemos considerar que este evento é bem específico. Não são fazeres da Psicologia de um modo geral, mas da Psicanálise como um campo específico da Psicologia”, ressalta a professora.
Os encontros do Ciclo de Palestras tiveram início em maio e seguem até 08 de julho. O último foi neste sábado (10), no Auditório Denise Stoklos e teve como tema “Psicanálise com Famílias”.