Dossiê Abrasco é lançado no campus Irati
O campus Irati da Unicentro sediou na última quinta-feira (07), o lançamento do Dossiê Abrasco: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde. O evento reuniu acadêmicos, professores, agricultores agroecológicos, além de representantes de entidades preocupadas com o atual modelo de agronegócio.
O diretor do campus Irati, Afonso Figueiredo Filho destaca que os níveis de consumo de agrotóxicos no Brasil são realmente assustadores, e que o Paraná, está apenas atrás do estado de São Paulo no uso desses insumos. “Temos que avançar muito na produção agroecológica, que na Europa hoje tem grande destaque. O efeito dos agrotóxicos para a saúde são devastadores, basta observamos o câncer que vem matando cada vez mais. E é por isso que a Unicentro estará sempre aberta para esta discussão”, acrescenta.
Para a coordenadora do projeto de extensão Feira Agroecológica no campus Irati, professora Fernanda Keiko Ikuta, a luta pela não-continuação do modelo vigente de agronegócio é urgente. “Esse evento congrega sujeitos do campo e da cidade para trocar saberes científicos e populares que aqui são igualmente reconhecidos. O envolvimento com essas questões é primordial para tentarmos impedir a continuidade desse modelo destruidor que é o agronegócio”, ressalta.
Essa é a opinião também do procurador de Justiça do Paraná, Saint-Clair Honorato dos Santos, que integra o Fórum Estadual de Combate aos Agrotóxicos e Controle do Tabaco. “Esse é um modelo perverso no qual estamos todos nos contaminando e a sociedade precisa reagir contra isso. Somos opostos aos agrotóxicos porque primamos pela vida. Parabéns à Unicentro por este espaço democrático e por manter viva esta campanha”, afirma o procurador.
O Dossiê foi produzido por um grupo de pesquisadores das mais diversas áreas e ligados à Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). De acordo com a toxicologista do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e pesquisadora da Abrasco, Marcia Sarpa de Campos Mello, o Dossiê traz informações sobre a saúde humana e ambiental, e quais são os malefícios e os problemas que esses agrotóxicos trazem tanto para os seres humanos, como para o meio ambiente.
“Ele traz também propostas de sustentabilidade, de produção agroecológica e de consumo de alimento orgânico para mudar todo esse processo que existe hoje aqui no Brasil relacionado ao agronegócio. Na realidade, esse modelo tem a intenção apenas de aumentar o lucro das empresas e a produtividade de alimentos que não vão para a mesa dos brasileiros, eles são produzidos como commodities agrícolas, para exportação. E no Dossiê isso é tudo discutido”, conclui a pesquisadora.