Professores e acadêmicos discutem a Base Nacional Comum Curricular
Docentes e estudantes dos cursos de Licenciatura do campus Irati da Unicentro, participaram na noite da segunda-feira (29), de uma discussão acerca da Base Nacional Comum Curricular. A Base será uma ferramenta que vai ajudar a orientar a construção do currículo das escolas, públicas e privadas, de Educação Básica do país. O debate foi organizado pelo Grupo de Estudos Estado, Política e Gestão da Educação, do curso de Pedagogia.
Uma das coordenadoras do grupo, professora Michelle Fernandes Lima conta que o encontro fez uma apresentação geral do documento e envolveu diferentes cursos de Licenciatura do campus. “Pelas discussões que tivemos é possível afirmar que a Base altera não só os conteúdos, mas também, a forma de organização destes, que passa a ter um caráter mais interdisciplinar, por áreas como Ciências da Natureza, Linguagem, Matemática, Ciências Humanas, diferentemente do quadro disciplinar que nós temos hoje”, afirma.
Segundo a professora, durante a apresentação do documento no campus Irati, professores e acadêmicos detectaram alguns problemas. “Pela leitura que nós fizemos, percebemos que não se anuncia quais são as bases epistemológicas desse documento e não se diz como vai ser o processo de adequação e de formação dos professores que vão atuar com essa Base. Além disso, não se pontua, por exemplo, como vão ficar os cursos de formação inicial nesse processo, pois não há uma formação interdisciplinar como a Base anuncia”, destaca.
Na Unicentro foi formada uma equipe no ano passado para discussão da Base. De acordo com Michelle, devido ao pouco tempo para o debate, foi consenso de que não haveria um posicionamento a ser apresentado ao Ministério da Educação. Para ela, independente do prazo de 15 de março e de o documento ser aprovado como está, a discussão curricular precisa acontecer nos cursos de licenciatura da Unicentro.
“A discussão curricular não se encerra só com a Base, nós temos diretrizes curriculares que foram aprovadas em junho de 2015, entre outros documentos. Acredito que esse debate serviu para pensarmos o quanto ainda estamos um pouco omissos nessa questão da discussão curricular. Não foi tirada nenhuma proposição de que enviaremos algo para o MEC (Ministério da Educação). Queremos discutir, entender e solicitar um maior tempo para debate que é o que precisa nesse momento”, conclui a professora.