Marcha relembra um mês do massacre de 29 de abril
Com camisetas pretas em sinal de luto pela Educação no Paraná, professores, funcionários e alunos realizaram em Irati, na tarde da última sexta-feira (29 de maio), uma marcha em memória ao massacre do dia 29 abril. Em todo o Paraná, foram organizadas ações que marcam um mês do ataque de policiais militares a servidores públicos que deixou 213 pessoas feridas.
A mobilização teve como lema: para não esquecer, para que não se repita!, e percorreu as principais ruas do Centro do município. A professora do Departamento de Letras do campus Irati da Unicentro, Luciane Trennephol da Costa afirma que ações como a marcha são importantes para que a comunidade veja que os profissionais da educação estão mobilizados.
“Este dia não pode ser esquecido, foi um absurdo o que aconteceu com a nossa categoria profissional e sempre temos que relembrar, principalmente porque ainda estamos em greve. Para toda a história do Paraná este dia vai ter que ser lembrado, mas neste momento que estamos vivendo, sem nenhuma perspectiva de mudança, sem nenhuma proposta do governo, sem diálogo, ou seja, essa situação horrível, temos mais é que sair para a rua e pontuar que não esquecemos, que nós estamos em luta”, destaca a professora.
O acadêmico de Letras Inglês, Alexandro Mirkovski, esteve em Curitiba naquela data e foi atingido por uma bala de borracha. “No dia 29 quando chegamos e observamos como é que estava organizada a estrutura de policiamento, percebemos que não era uma estrutura de defesa e sim para ataque. Junto com o início da votação começou o massacre mesmo. Foi muita bala de borracha, muita bomba, como todo mundo já sabe o que aconteceu. Mas o detalhe é que eles não atiravam em 45 graus a bala de borracha como mando o regimento, eles atiravam reto ou até para cima, mirando no rosto do pessoal, no peito e isso que fez aparecer aquelas cenas que vimos na internet e na televisão”, comenta o aluno.