Pesquisadora da Unicentro lidera estudo inovador sobre tratamento de câncer

Pesquisadora da Unicentro lidera estudo inovador sobre tratamento de câncer

Um projeto de uma pesquisadora da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) está testando inovações para o tratamento de câncer de próstata, através da morte celular coletiva. “Em algumas doenças, nós queremos que as células morram, como no câncer, e que essa morte seja específica para o tumor e não para as células saudáveis”, introduz a coordenadora do estudo, Rafaela da Rosa Ribeiro.

A morte celular coletiva é um mecanismo de eliminação de uma grande quantidade de células tumorais ao mesmo tempo. “Durante o meu doutorado eu estudei como a próstata reagia à morte celular quando tiramos o combustível dela, a testosterona, e descobri que elas acionam um processo de morte nunca descrito, que chamamos de ‘descamação’, onde várias células morrem simultaneamente”, contextualiza a estudiosa.

Desde julho, os testes e a equipe da pesquisa foram ampliados, depois que o projeto foi contemplado em uma chamada do Programa Conhecimento Brasil, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que busca incentivar cientistas a continuarem pesquisando no país. Com financiamento de R$ 1,3 milhão do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o projeto de Rafaela agora avança para uma nova fase, que investiga possibilidades de aplicação da morte celular coletiva no tratamento do câncer de próstata.

“Um investimento desse porte é essencial para o desenvolvimento de pesquisas experimentais que focam na inovação, já que as mesmas levam tempo para se desenvolver e necessitam de verba para compra de material, equipamentos e recursos humanos”, salienta a líder da pesquisa.

O objetivo desta etapa da pesquisa, com duração prevista de quatro anos, é compreender como ocorre a morte simultânea de células tumorais e observar sua interação com medicamentos. “Resolvi aprofundar esse conhecimento com uma proposta de projeto de pesquisa completo, que vai desde o entendimento, a avaliação e, futuramente, o desenvolvimento de uma forma de ativar esse processo em cânceres sólidos epiteliais”, conta a estudiosa.

Segundo Rafaela, além das despesas de laboratório, o recurso do CNPq vai custear bolsas de estudos para os pesquisadores envolvidos, entre doutores e alunos de graduação. Na Unicentro, o projeto conta com a estrutura do Laboratório de Sistemas Nanoestruturados Aplicados, coordenado pelo professor Najeh Maissar Khalil, do Departamento de Farmácia.

A pesquisa acontece em colaboração com outros pesquisadores, como Andrew Oberst, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. No âmbito nacional, o estudo conta com o apoio dos professores Gustavo Amarante, da Universidade de São Paulo (USP), e Hernandes Carvalho, da Universidade de Campinas (Unicamp).

“Na USP vamos fazer testes com camundongos geneticamente modificados. A parte de microscopia e microdissecção será em colaboração com a Unicamp. Em Washington, vamos realizar a técnica de edição gênica em células. E na Unicentro, será a etapa final da pesquisa, com o desenvolvimento de nanopartículas com fármacos que desencadeiam o processo”, descreve Rafaela.

Segundo a cientista, as expectativas do estudo são promissoras. Isso porque, apesar de o foco ser o câncer de próstata, o objetivo é que a morte coletiva de células tumorais possa ser aplicada em outros cânceres, como o de mama, aumentando as possibilidades de tratamento oncológico.

“Entender esse mecanismo é fundamental para que possamos desenvolver meios de induzir o processo de morte celular de forma direcionada, em células alvo. Dessa forma, poderemos ajudar no tratamento de doenças ou, pelo menos, no entendimento do comportamento de células tumorais”, projeta a pesquisadora.

 

Por Amanda Pieta


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