Unicentro recebe animais resgatados de zoológico embargado em Dois Vizinhos
Em uma operação coordenada pelo Instituto Água e Terra (IAT), um zoológico localizado na cidade de Dois Vizinhos foi embargado devido à falta de documentação adequada e denúncias de maus-tratos aos animais. Como parte dos esforços para garantir o bem-estar desses animais, a equipe do Cafs, que o Centro de Apoio à Fauna Silvestre da Unicentro, foi convidada a dar suporte técnico quanto ao tratamento veterinário dos animais que eventualmente precisassem.
“No caso dessa intervenção, o Instituto Água e Terra recebeu uma denúncia de maus-tratos, basicamente pela ausência de responsável técnico veterinário e biólogo, que são obrigatórios nesse tipo de estabelecimento. O órgão ambiental imediatamente montou uma equipe do setor de fauna de Curitiba e essa equipe solicitou o apoio da Unicentro”, explica o coordenador do Cafs Unicentro, professor Rodrigo Martins de Souza. “Nós temos o nosso Cafs, que tem uma equipe grande, que está acostumada a trabalhar com animais silvestres. Uma vez autorizada a nossa participação, ela era um apoio técnico para inspecionar, examinar e atender os animais do plantel”, ressalta.
O espaço contava com cerca de 350 animais e mais de 150 foram encaminhados para outros locais capacitados a receber animais selvagens espalhados pelo Brasil. Alguns animais permaneceram no zoológico e vão receber o atendimento de um veterinário que foi contratado em caráter emergencial.
No plantel do zoológico havia uma leoa bastante idosa, que estava em tratamento de câncer desde o começo do ano. Após avaliações e procedimento cirúrgico por outras equipes veterinárias, devido ao quadro crítico, optou-se pela eutanásia. “No caso dessa leoa foi feita a opção pela eutanásia, foi realizada pelo próprio veterinário contratado emergencialmente pelo empreendimento. Foi um procedimento técnico, uma escolha técnica a partir de uma evolução da doença do animal. A leoa foi encaminhada aqui para Unicentro, passou pelo exame do cadáver e nessa necropsia foi confirmada a disseminação da neoplasia, que chamamos de metástase”, ratificou Rodrigo.
Após uma triagem, aves, mamíferos e répteis foram transportados para o Cafs Unicentro, que se prontificou a recebê-los, oferecendo as condições adequadas para recuperação e cuidados. “O Cafs da Unicentro se dispôs a receber uma pequena parte desses animais porque aqui é uma estrutura hospitalar e não é uma estrutura de manutenção”, conta Rodrigo. “Foram encaminhados para cá sete aves – três corujas, um gavião e três papagaios. As corujas estão em avaliação, os papagaios estão enfermos e vão passar por tratamento. Também foi enviada uma cascavel, que tinha uma lesão em face, que já foi removida e agora está sendo tratada, também um filhote de furão para reabilitação e dois gatos mouriscos que também vieram para reabilitação”, detalha.
De acordo com o coordenador do Cafs, depois de submetidos às avaliações veterinárias e aos tratamentos adequados, alguns dos animais poderão ser colocados em liberdade. “O gavião, os gatos mouriscos e o gambá são candidatos à soltura. São animais que ainda tem uma parte dos seus instintos preservados e que, nas avaliações comportamentais e de saúde, se passarem em todos os quesitos, podem vir a ser soltos na natureza”, disse.
Segundo Rodrigo, por enquanto, os animais ficarão em observação e tratamento por tempo indeterminado. “Dos que estão doentes e que vão passar por tratamento, nenhum deles está num quadro grave, são todos quadros moderados a leves, mas que precisavam de atenção e aqui eles vão ficar até o momento da alta. Depois eles vão ser encaminhados para outros empreendimentos de fauna. Dos animais que estão doentes, por enquanto, nenhum deles é classificado ou está dentro das condições que a gente considera apto para soltura”, pondera.