Feteco 2019 volta-se para a democratização do acesso à cultura

Feteco 2019 volta-se para a democratização do acesso à cultura

O calçadão da rua XV de Novembro foi o palco para a encenação da peça “Vikings e o Reino Saqueado”, uma das obras apresentadas no Festival de Teatro da Unicentro, nesse ano. O Feteco, conta a agente universitária Elizabete Lustosa, tem como objetivo apoiar e divulgar a produção teatral de Guarapuava e da região. “O Festival de Teatro da Unicentro esse ano vem trabalhar mais com a parte do teatro de rua, a democratização do teatro e também os temas esse ano é mais o lado da comédia, da reflexão, do empoderamento da mulher, da questão do racismo, então, vai ter uma mistura de tudo isso”, completa. 

Toda a movimentação na rua chamou a atenção de quem passava pelo local. Pouco a pouco, a plateia se formou e acompanhou atenta o desenrolar da história dos palhaços Vikings. A peça foi apresentada pela Cia. Os Palhaços de Rua. Essa foi a primeira vez que o espetáculo foi trazido a Guarapuava. “É a história de dois Palhaços Vikings que, após retornar de suas viagens pelo mundo afora, eles encontram a sua rainha destituída do trono. Aí, o desafio dos palhaços é retirar do trono os Duques que tomaram o poder e devolver o trono para o povo e, por isso, eles se utilizam de várias ferramentas teatrais, do teatro de rua e do circo”, conta sobre a peça o ator Adriano Gouvella, que na peça interpreta o palhaço Batata Doce.

Parte da plateia foi formada por estudantes do Colégio Visconde de Guarapuava. A atividade ao ar livre foi uma forma de complementar o conteúdo que os alunos aprendem sobre arte nas salas de aula. “A primeira coisa é sair do universo da sala de aula, ampliar os conhecimentos artísticos e o repertório dessas crianças também. Então, tudo o que eles veem na disciplina de arte em sala, eles podem experimentar na prática com oportunidades como esta”, destaca a professora de Arte Evelisa Dulz.

E interação foi o que não faltou entre os palhaços e a plateia. As peripécias arrancaram boas risadas. Nem a chuva atrapalhou. A dona Gease Gura, por exemplo, acompanhou o espetáculo do início ao fim. “Eu nunca assisti teatro na minha vida, é a primeira vez. Eu gostei muito. Achei muito legal mesmo”. A ideia do espetáculo ao ar livre foi aprovada pelos espectadores. Para o seo Odair Góes e para o estudante Pedro Henrique da Silva, além de conhecer um pouco mais sobre o teatro, também foi uma forma de deixar a rotina mais leve. “É bom porque as pessoas, às vezes, está no estresse do dia a dia, para ali”, diz Odair. Pedro completa: “Eu achei legal porque, às vezes, a pessoa pode estar tendo um dia ruim, passa aqui e vê uma peça de comédia e daí isso anima mais o dia”.

Para o ator Lucas Turino, que interpreta o palhaço Turino na peça, as apresentações ao ar livre, além de proporcionar entretenimento, também fazem com que os espectadores se sintam provocados a repensar as atividades do dia a dia. “O teatro de rua ele é político por si só, porque como ele é apresentado em um lugar de passagem, onde as pessoas não estão esperando encontrar, quando as pessoas veem que tem alguma coisa, elas repensam o dia delas, elas pensam ‘será que eu tenho que, realmente, ir para onde eu estava indo? Será que o que eu tenho que fazer hoje é importante?’”.

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