Aviação Agrícola é tema de palestra na Unicentro

Aviação Agrícola é tema de palestra na Unicentro

A aviação agrícola consiste no uso de aeronaves para aplicação de defensivos, fertilizantes, para a semeadura, o combate à incêndios florestais e para repovoar rios e lagos. Na Unicentro, o assunto é tratado com seriedade, desde 2003, quando o curso de Agronomia incluiu em sua grade a disciplina que leva o nome da atividade. Afinal, com tantas aplicações, a aviação agrícola pode fazer parte da rotina do engenheiro agrônomo. No Brasil, atualmente, são mais de 2 mil aeronaves que realizam esse trabalho. Além disso, o país conta com 240 empresas aeroagrícolas e 548 operadores privados, que são produtores ou cooperativas rurais que possuem suas próprias aeronaves.

E, nesse ano, os alunos da disciplina de Aviação Agrícola e os outros estudantes do curso de Agronomia puderam participar, também, de uma palestra sobre o tema com o secretário-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), Junior Oliveira. Na Instituição, ele ministrou a palestra “Sindag na estrada” e explicou que a atuação e participação do engenheiro agrônomo na aviação agrícola é fundamental, já que é ele quem pesquisa as necessidades e define o plano, que será executado pelo aviador. “Nos interessa muito a pesquisa. Hoje, o site do Sindag tem muitos artigos científicos sobre a tecnologia de aplicação, e os autores, em sua maioria, são engenheiros agrônomos. Nos interessa essa proximidade, essa participação e a troca que vai com informação e volta também com pesquisa para que o setor ganhe e para que a Universidade também ganhem”.

Palestra é resultado de parceria com p Sindag (Foto: Luiz Felipe Panozzo)

A palestra contou, ainda com a participação do suboficial André Luis Raimann, representante do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa). Com a frase “acidente nunca é incidente”, ele alertou para a necessidade de pensar em todo processo da aviação agrícola, e não apenas no defensivo a ser utilizado. “Ele tem que estar familiarizado com os processos da aviação. Imaginemos um caso atípico, em que o engenheiro faz todo o trabalho de maneira adequada. Mas ele não tem preocupação nenhuma em saber se o piloto que está voando é habilitado, se a aeronave que está sendo operada é uma aeronave que está em condições e, aí, essa aeronave, durante o deslocamento entre a pista e a plantação, cai justamente em cima de um manancial. Aquele produto vai vazar e vai ser um problema seríssimo”, exemplificou.

Só no Paraná são 140 aviões agrícolas operando e a expectativa é que através os novos profissionais, como o acadêmico de Mateus Hermann, esse número aumente. Para ele, a ação conjunta de professores e do Sindag chamou atenção para a necessidade de difundir o uso de aviões nas lavouras pela versatilidade da operação. “A praticidade que tem ao utilizar um avião para fazer tanto aplicações de produtos defensivos, adubação e semeadura. Por isso, é interessante ser difundida, pois no Brasil nossa área territorial é extensa demais e se usa a aviação agrícola justamente para isso, para otimização de tempo, otimização de eficiência, entre outros fatores. Também é importante estudar isso, porque os aviões utilizam aquilo que nós chamamos de ultra baixo volume, quando você usa um tamanho de gota pequeno. Ela é capaz, então, de descer mais até a parte do céu das folhas e isso tem um impacto gigantesco, pois geralmente as doenças iniciam ali”.

Para o professor Sidnei Jadoski, do Departamento de Agronomia, o conhecimento de quem já está trabalhando na área vem complementar aquilo que é dialogado em sala de aula. Já que, por legislação, toda empresa aeroagrícola deve ter em sua equipe de trabalho um engenheiro agrônomo e um técnico agrícola com especialização nessas operações. Além disso, Jadoski disse que essas conversas abrem espaço de mercado para os acadêmicos. “Estar atualizando as informações e colocando os alunos já em contato com esses órgãos que, depois, eles podem recorrer, podem estar buscando informações, podem estar de repente atuando junto o que pode formalizar e fornecer uma atuação mais consciente. O objetivo é ter uma aplicação de defensivos correta com efeito positivo para o controle lá na lavoura. Ela tem uma aplicação mais segura ao ambiente por ser a única aplicação autorizada e ter um resultado final onde todos ganham”, avaliou.

Deixe um comentário