Projeto de contação de histórias traz alunos de escolas da região até a Biblioteca do Câmpus de Irati
Os olhos maravilhados ocupam todo o espaço. Uma turma inteira deles, junto com outros pares de ouvidos na mesma situação: presos como por encanto ao que lhes é apresentado. Essa é a magia do projeto “Contação de Histórias: trans(formando) o leitor e a biblioteca”, que traz alunos de escolas da região até o Câmpus de Irati da Unicentro.
“Apesar de ser uma biblioteca universitária, a nossa biblioteca está aberta a toda a comunidade. Quando nós mudamos aqui para este prédio novo, em novembro de 2021, tivemos a ideia de criar um espaço infanto-juvenil. Juntamente com a então bibliotecária Carmen Pegoraro, pensamos nesse projeto, em fazer uma hora do conto, um momento de contação de história para crianças”, explica a coordenadora de Apoio à Divisão de Acervo, Elaine Fernandes de Souza. “O dia que nós recebemos as crianças aqui é sempre um momento muito especial. É muito gratificante ver a carinha alegre com que eles chegam aqui, a animação com que eles vêm”, enfatiza Elaine.
As visitas são realizadas na última semana de cada mês. A mais recente foi feita pela turma do 5ª ano da Escola Municipal João Maria Pedroso, que fica no bairro Engenheiro Gutierrez, onde está localizado o câmpus da universidade.
A professora Leila Cristina Wisiniewski Boraiko conta que já trouxe a turma outras vezes e que esse momento é sempre cercado de muita expectativa. “Eles ficam na sala de aula sempre perguntando: ‘Quando que a gente vai para Unicentro?’, ‘Quando será a próxima história?’. Então eles aguardam esse dia com muito entusiasmo”.
Formada em Pedagogia, Graciela Zem de Lima é a responsável por contar as histórias e cativar as crianças. Voluntária desde o início do projeto, ela comenta que já fazia um trabalho semelhante em uma escola das redondezas, quando foi convidada pela equipe da biblioteca. Detalha ainda que sempre busca incrementar as leituras interpretando os personagens, ressaltando certos elementos e fazendo experiências que estimulem a participação do público. “Na história de hoje, ‘Tita, a planta maldita’, ela é uma planta carnívora. Daí eu tentei interpretar a planta com uns dentões para chamar a atenção deles, trouxe alguns bichos para as crianças verem, uma outra experiência envolvendo química. E isso marca bastante e eles acabam lembrando da experiência e da historinha”, ressalta.
Esse jeito diferente de contar as histórias é destacado pelos pequenos, como Ana Maria de Sousa Pereira e Pedro Henrique Lourenço de Souza, alunos de 10 anos. “Eu gostei da professora imitando os bichos. Ela era engraçada, fazia uns gestos e uma voz estranha”, diz Ana Maria. “É muito legal. Ela trouxe uns animais diferentes para a gente conhecer”, destaca Pedro, que ficou impressionado, em particular, com uma aranha morta que foi exibida durante a atividade. O entusiasmo pelos bichos também é compartilhado pelas colegas Laura Mores e Emily de Andrade, ambas com 11 anos. “Eu adoro animais, sou apaixonada”, fala Laura. “Eu gostei porque são bichos que a gente não costuma ver”, reforça Emily.
Para a professora Leila, essa é uma experiência que tem resultados nítidos na formação dos alunos. “Essa turma, no ano passado, a professora sempre falava que não gostavam de ler, que não gostavam de ouvir histórias e tal. E a mudança deles foi muito grande, desde a produção de textos também. Eles passaram a ler mais na sala de aula, as produções de textos ficaram melhores e mais criativas. Então, com esse trabalho, auxiliou bastante o meu trabalho em sala de aula com eles, incentivando mais a leitura”, afirma.
As escolas que têm interesse em participar do projeto podem fazer o agendamento pelo telefone (42) 3421 -3133.