Unicentro integra o Observatório Social e Ambiental da Soja no Cone Sul

Unicentro integra o Observatório Social e Ambiental da Soja no Cone Sul

A Unicentro é uma das instituições parceiras do Soyaceno – o Observatório Social e Ambiental da Soja no Cone Sul – uma iniciativa transdisciplinar que tem como objetivo coletar e produzir dados sobre o cultivo da soja no Mercosul. A participação da universidade se dá por meio do Centro de História Ambiental, Cultura e Tecnologia e do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Desenvolvimento Comunitário, coordenado pelo professor Jó Klanovicz.

De acordo com o docente, o trabalho do Observatório é desenvolvido a partir de três linhas de pesquisa. “É um observatório que fornece serviços para a comunidade. O primeiro serviço é em uma linha de pesquisa que chamamos de “História e Memória” que é, justamente, para trabalhar com o registro de práticas agrícolas antes, durante e depois do surgimento da agricultura no Mercosul”, diz Jó. A segunda linha de pesquisa é intitulada “Pesquisa interdisciplinar e transdisciplinar: saúde, sociedade e meio ambiente”, que, segundo o professor Jó, é voltada às boas práticas para o cultivo da soja como a mitigação de ameaças à sobrevivência socioeconômica. Já a terceira linha de pesquisa trabalha com projeções futuras, buscando propor políticas públicas de sustentabilidade. “É, basicamente, um grupo que se reúne interdisciplinarmente para tecer cenários da soja no Mercosul – Onde ela vai ser ameaçada; em que nível ela vai ser ameaçada; como ela pode melhorar”.

O Observatório é coordenado pelo professor Claiton Márcio da Silva, da Universidade Federal da Fronteira Sul, e envolve pesquisadores de diversas instituições como Unicentro, Universidade Federal de Passo Fundo e Universidade Nacional de Quilmes, na Argentina. Da nossa instituição, além do professor Jó, outros dois estudantes de graduação e de pós-graduação integram a equipe de trabalho. Sobre a contribuição da Unicentro nas atividades do grupo, o professor Jó destaca o mapeamento de debates relacionados ao cultivo de soja no Paraná. “Já temos um arrazoado de fontes que, logo, vão ser alimentadas também nessa base de dados do observatório. Uma outra contribuição nossa é que nós somos o grupo que tem trabalhado com a expansão da soja para o Paraguai”, explica o docente.

Entre os trabalhos que deram início ao desenvolvimento e efetiva implantação do Observatório está a pesquisa “La Soja en el Cono Sur”, coordenada pelo professor Jó com apoio da Fundação Araucária. Ao longo dos anos, as atividades do grupo foram ampliadas. Exemplo disso é o livro “The Age of Soybean”, publicado em 2022, que conta com a participação de autores de 10 países – Brasil, Argentina, Estados Unidos, Áustria, Holanda, Suécia, Itália, Zimbábue, Índia e Arábia Saudita. Agora, com a concretização do Observatório, as principais ações do grupo serão voltadas à divulgação das pesquisas realizadas e à produção de materiais a partir da criação de um site que deve servir como uma base de dados voltada à fontes de pesquisa relacionadas à soja no Mercosul.

Nosso objetivo maior, daqui para frente”, explica Jó, “é, na medida em que essa base de dados for sendo alimentada e ampliada, fazer a transferência de conhecimento para o setor público e para o setor privado. Do ponto de vista da discussão socioambiental, há uma demanda, por exemplo, do Ministério Público em torno de subsídios para a tomada de melhores decisões sobre esses temas na esfera do judiciário”.

A participação da Unicentro no Observatório, projeta o professor Jó, deve contribuir para a continuidade, a partir de possíveis desobramentos, das pesquisas que já vêm sendo realizadas. Um dos avanços, destaca, é a maior mobilidade entre estudantes e docentes das universidades envolvidas. Outro ponto importante é a possibilidade de estruturar projetos de extensão voltados à governança ambiental no Mercosul. Nos âmbitos científico e social também já existem projetos sendo encaminhados. “A gente quer, realmente, transferir conhecimento para outros setores da sociedade. Então, a gente está mexendo um pouco com estratégias de humanidades digitais, humanidades públicas, tentando pautar esse projeto dentro de uma perspectiva de ciência aberta justamente para promover essa oferta de serviços porque a gente tem a perspectiva de, em poucos anos, criar uma espécie de selo ético de produção de soja” finaliza.

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