Espetáculo “Gracias a la vída” leva diversidade da música latina ao Câmpus de Irati
Astor Piazzolla, Violeta Parra, Carlos Gardel. Grandes nomes da música latinoamericana, mas que muitas vezes não são conhecidos pelo público brasileiro. Por isso, quem foi ao auditório Denise Stoklos, no câmpus de Irati da Unicentro, no último dia 10, pôde fazer uma viagem de descobrimento musical pelo continente, conduzida pela apresentação do Madrigal Maestro Gabriel de Paula Machado. O coral é formado por professores, alunos, egressos e servidores do curso de Música da Universidade Estadual de Ponta Grossa. A iniciativa de trazer o espetáculo “Gracias a la vída” para Irati foi da Divisão de Promoção Cultural do câmpus, a Diproc, em parceria com o Instituto Federal do Paraná.
Para o chefe da Divisão, professor Carlos Eduardo de Oliveira, a apresentação oportunizou a comunidade universitária um maior contato com os ritmos latinos, que percorrem o continente, mas que acabam não repercutindo da mesma maneira aqui, seja pela diferença de língua, ou pela falta de divulgação midiática. “Na América espanhola, essas coisas transitam com facilidade. Sai um hit na Colômbia, já está no dia seguinte na Argentina. Agora, aqui no Brasil, essas coisas têm uma certa demora para entrar e não é tudo que entra. Então ,acho que é uma possibilidade de ter contato com essa cultura tão rica, mas que não está na grande mídia. É uma forma de trazer isso para o grande público”, avalia.
A noite musical teve início com a apresentação do Coro Juvenil da UEPG, um dos corais que fazem parte do projeto de extensão “Educanto” e que tem a participação de alunos, com mais de 13 anos, de uma escola pública de Ponta Grossa. A regente do grupo, professora Suelen Galdino, destaca que a seleção do repertório, que vai de Beatles a Marcelo Jeneci, é feita pelos próprios alunos. “A gente conversa com eles, vê qual é o gosto musical deles, o que eles gostariam de cantar e a gente entra em acordo”. Em seguida, foi a vez do Madrigal Maestro Gabriel de Paula Machado. O projeto de extensão começou neste ano e leva o nome do professor e fundador do coral da UEPG, que faleceu em agosto de 2017.
A professora Carla Irene Roggenkamp, regente e coordenadora do Madrigal, explica que a ideia é fazer sempre concertos temáticos. “No primeiro semestre, nós fizemos um evento só de música popular brasileira e agora nós decidimos fazer com a música dos países vizinhos ao Brasil. Então, a gente escolhe um tema e daí explora o repertório, procura canções que tem uma relação entre si, que dialoguem entre si e que formem uma coesão. Nos próximos projetos queremos explorar outras etnias, outras nacionalidades”.
A seleção de músicas de artistas latinoamericanos de países hispânicos, como Argentina, Colômbia, Chile e México, agradou ao público. O professor Antonio João Hocayen da Silva estava na plateia e aprovou a iniciativa. “Não tinha conhecimento das músicas, mas como é arte, como é cultura, isso atrai a gente independentemente da temática. Achei maravilhoso, porque reforça um pouco algumas questões artísticas que fogem do que tem dominado a mídia. Isso mostra para a gente que tem muito mais em torno da questão cultural, que a gente pode experimentar, que a gente pode ter acesso”.