Artigo de professor da Unicentro sobre tumores na tireóide é publicado em revista internacional
A universidade pública é o local de realização de mais de 95% das pesquisas científicas desenvolvidas no Brasil. A maior parte delas tem como objetivo impactar no cotidiano das pessoas, no curto, médio e longo prazos. Na Unicentro, por exemplo, o professor David Figueiredo, do Departamento de Medicina, pesquisa, há muitos anos, marcadores moleculares em tumores. Ao lado de vários outros cientistas, David acaba de ter publicado um artigo em uma das revistas do grupo internacional Lancet, que possui altíssimo reconhecimento quando o assunto é medicina.
O artigo é o desdobramento de um anterior, publicado há dois anos em outra grande revista, chamada Thyroid, que é o principal periódico sobre tireoide do mundo. De acordo com o professor, o primeiro artigo publicado tratava de marcadores moleculares que auxiliam a classificar o nódulo. Um avanço para o diagnóstico e prognóstico da doença, na medida em que os exames, muitas vezes, são inconclusivos. Com isso, na prática, três em quatro pacientes não precisariam ser operados. “O paciente tem um nódulo na tireóide, você faz uma punção e esse nódulo pode vir como benigno ou maligno. Mas uma grande porcentagem vai vir como duvidoso. Desses duvidosos, a maioria vai para cirurgia sem necessidade, porque no final eles são benignos. Então, a gente consegue, a partir dessa classificação por RNA, definir esses nódulos duvidosos”, explica.
Agora, a publicação na revista Lancet evidencia que a classificação por RNA, pode ainda mostrar o prognóstico, e não somente o diagnóstico, como outros marcadores do mercado. Além disso, ao evitar que seja feita uma cirurgia sem necessidade, ele mostra ter uma alta viabilidade financeira para o sistema de saúde. “Isso é importante porque muda a terapêutica. Se é câncer, eu consigo olhar pra alguns micro RNA’s nessa pulsão, diagnosticar e dizer se esse câncer tem um risco maior de metástase, por exemplo. Isso pode me ajudar a definir o perfil da cirurgia que eu vou fazer nessa tireóide e eu não preciso fazer uma nova biópsia no paciente”.