Artigo de docente da Unicentro é premiado como melhor do ano

Artigo de docente da Unicentro é premiado como melhor do ano

Summary

O artigo é fruto de uma pesquisa que busca a produção de biodiesel através de sementes de seringueira.

O professor André Lazarin Gallina, do Departamento de Química da Unicentro, recebeu o Prêmio Paulo Gonçalves de melhor artigo científico do ano sobre Heveicultura Brasileira. Promovido pela Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha (Apabor), a premiação é uma das maiores do país na área. Como prêmio, André apresentará seu trabalho durante a Conferência Internacional IRRDB e Felowship Traning Program, na Malásia, entre os dias 4 a 14 de outubro, com todas as despesas pagas. Ele também irá participar do 13º Ciclo de Palestras sobre a Heveicultura Paulista, promovido pela Apabor, nos dias 24 e 25 de novembro, em São José do Rio Preto.
Para nós, é uma honra poder levar o nome da Unicentro e das outras instituições no cenário nacional, com a premiação que a gente ganhou, e também internacional com apresentação do trabalho fora do país. É muito gratificante ter o trabalho reconhecido e saber que aquilo que a gente desenvolve aqui na universidade está trazendo efeito para a sociedade, que é o principal objetivo que a gente tem”, declara André Gallina.

A premiação leva o nome do pesquisador Paulo Gonçalves devido à sua contribuição para o desenvolvimento da heveicultura brasileira. A avaliação dos trabalhos teve base na relevância e inovação para a comunidade científica. Intitulado “Produção de biodiesel a partir de óleo de sementes Hevea Brasiliensis”, o artigo é fruto de um projeto de cooperação técnica e trata da produção de biodiesel a partir de sementes de seringueira, que não tem atualmente um destino rentável. O artigo foi publicado anteriormente na revista científica Fuel, uma das mais importantes do mundo na área de combustíveis.

Essa pesquisa faz parte de um acordo de cooperação técnica entre uma empresa chamada Kaiser Agro Florest, a Unicentro e a UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul). Desde 2017, a gente trabalha com isso. Além deste artigo, nós tivemos uma patente nacional e internacional depositada, referente a esse processo de produção de biodiesel. Tivemos mais uma outra patente na parte de antioxidantes derivados da seringueira e um artigo publicado em uma das revistas mais citadas do mundo, do grupo da Nature. Também tivemos agora mais uma patente nacional depositada na parte de produção de etanol com a semente da seringueira. É uma pesquisa que foi apoiada por essa empresa durante cinco anos”, conta André.

O projeto de cooperação técnica tem na equipe os pesquisadores Letiére Cabreira Soares, Dalila Moter Benvegnú e Sara Lüneburger, da Universidade Federal da Fronteira Sul. “A minha trajetória como pesquisadora teve início com convite do professor André para participar de um projeto novo que consistia na produção de biodiesel a partir de uma nova matéria-prima e a gente teria que encontrar uma forma de produzir biodiesel a partir dela. De lá para cá, foram quatro projetos de iniciação científica que eu realizei, todos nessa área e sempre buscando o melhoramento do processo, para que ele se tornasse mais viável e mais rentável, pois sendo viável e rentável, a gente conseguiria inserção no mercado e atender a demandas do mercado existentes”, afirma Sara Lüneburger, licenciada em Química pela UFFS.

Pesquisa é resultado da cooperação entre universidades e o mercado

Após vários anos de dedicação ao projeto e à pesquisa na área, que resultaram em várias publicações e registros de patentes, Sara decidiu ingressar no Mestrado em Bioenergia. “A partir dessa experiência acumulada por todos esses fatos, eu resolvi realizar o mestrado na área de bioenergia e dar seguimento a essa pesquisa que eu já vinha realizando e objetivando, a partir disso, ampliar os meus conhecimentos e entregar para a sociedade bons frutos do meu trabalho”, complementa a agora mestranda da Unicentro.

Para Sara, o objetivo da equipe é impactar diretamente e melhorar a vida da sociedade de alguma forma e o reconhecimento vindo com a premiação só potencializa essa meta. “Receber o reconhecimento do trabalho realizado com muita dedicação torna todo o processo muito mais gratificante. É uma honra por si só saber que o trabalho pode impactar diretamente na sociedade e quando esse processo for comercializado e o produto estiver à disposição para o uso da população em geral seremos como equipe ainda mais realizados”.

A comercialização dos produtos e a concessão das patentes são perspectivas para um futuro que está próximo de se realizar. “A gente está assinando mais um acordo de cooperação técnica para os próximos cinco anos com a mesma empresa, desenvolvendo outros projetos. Também temos a perspectiva de comercializar as patentes, fazer a transferência de tecnologia. Já está se encaminhando para isso, com o apoio da Novatec e da Agiitec, que são as agências de inovação das instituições que participam desse projeto”, completa André Gallina.

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