Procurador do Banco Central faz palestra para estudantes de Ciências Contábeis
Na última semana, o Departamento de Ciências Contábeis da Unicentro recepcionou os estudantes que fazem o curso no Campus Irati e no Campus de Prudentópolis. Segundo a professora Marinês Taffarel, chefe do Departamento, o objetivo da atividade foi reforçar as boas vindas aos calouros e veteranos do curso, convidando-os a vivenciar a universidade. “A palestra e a aula inaugural fazem parte de um projeto de educação continuada da professora do nosso departamento, Yaskara Raimundo Fegert. A aula inaugural é uma oportunidade que o departamento e a universidade têm de reiterar às boas vindas a todos para o ano letivo que se inicia e destacar a importância que o ingresso em uma universidade, no ensino superior, proporciona – são inúmeras oportunidades de crescimento profissional e pessoal”, defende.
Durante a Aula Inaugural, realizada de maneira remota com transmissão pelo YouTube, os acadêmicos de Ciências Contábeis puderam conhecer mais sobre o tema “Autonomia do Banco Central do Brasil”. O palestrante convidado foi o procurador do Banco Central do Brasil Jefferson Siqueira de Brito Alvares, que também é consultor do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. Durante sua fala, ele explicou o que é o Banco Central e falou sobre a Lei Complementar 179, que é a Lei de Autonomia do Banco Central.
“O Banco Central tinha a incumbência de executar a política do governo no âmbito monetário. Após a Lei Complementar 179, ele passou a usufruir de objetivos estatutários próprios, sendo titular de uma série de deveres legais que, pessoalmente, está incumbido de cumprir e prestar contas, e não mais como um mero executor de uma política formulada pelo governo. A lei também trouxe proteções para que o Banco Central exerça essas suas funções de maneira autônoma, livre de pressões externas do próprio governo ou do setor privado também”, discorre Jefferson.
O convidado também enfatizou a importância do Banco Central para a estabilidade da moeda nacional e comentou aspectos relacionados à recente autonomia do banco, relacionando-os com componentes de sua estrutura institucional, como os mandatos, governança e transparência da instituição. “É um tema bastante específico que, por outro lado, comanda grande interesse político e econômico. O tema da autonomia do Banco Central tem estado na pauta política brasileira há pelo menos 20 anos. Nos noticiários, na década de 1990, no advento do Plano Real em 1994, já se falava em autonomia do Banco Central. Entra governo e sai governo, essa é uma pauta extremamente controversa – há quem defenda, por invocação de melhores práticas internacionais, da literatura mais atualizada em termos econômicos, e há quem seja contra, em grande parte por desconhecer os mecanismos da autonomia e os benefícios empíricos que ela traz em termos de bem-estar social”.
Um dos estudantes que acompanhou o evento, o calouro de Ciências Contábeis do Campus Prudentópolis Geovani Montani, discorre sobre quais as contribuições da palestra para a sua formação. “Foi uma palestra muito produtiva, esclarecedora, com uma linguagem objetiva, que instigou a saber mais sobre o Banco Central e as novas políticas de autonomia. É um tema novo para mim, mas, por elencar pontos importantes durante o evento – que vem ao encontro das práticas contábeis, no controle e planejamento monetário no âmbito nacional e internacional -, é uma experiência que nos motiva a seguir nos estudos de Ciências Contábeis”.