Live marca, nessa quinta-feira, 22, o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio
Nesta quinta-feira, dia 22 de julho, às 19h, a Unicentro e diversos órgãos de representação política de Guarapuava estarão unidos na defesa da vida das mulheres. “Nenhuma a menos” é o slogan escolhido para uma live promovida em parceria pela universidade, pela Procuradoria da Mulher de Guarapuava, pela Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Conselho dos Direitos das Mulheres e pela Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher.
A procuradora da Mulher em Guarapuava, vereadora Bruna Spitzner, contextualiza qual o objetivo da conversa online nesta data, que terá transmissão pelo canal Unicentro TV, no YouTube. “Todos os anos, a gente faz uma ação no dia 22 de julho, que ficou instituído como o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio. Diante das travas da pandemia, resolvemos fazer essa live para apresentar para a população de Guarapuava todas as ferramentas, órgãos e instituições que elas podem procurar em uma situação de violência ou assédio”.
A presidente do Conselho dos Direitos das Mulheresde Guarapuava, a professora da Unicentro Ariane Pereira, complementa que o evento remoto no dia 22 pretende tanto informar, amparar e acolher as mulheres guarapuavanas, quanto mobilizar toda a comunidade no combate ao feminicídio. “É para que a gente possa discutir de que maneira cada um desses órgãos atendem às mulheres vítimas de violência, qual o papel de cada um socialmente – quem deve fiscalizar, quem deve acolher, quem deve propor políticas públicas, quem deve receber sugestões da comunidade. E mais do que isso, munir a cada um de nós, cidadãos guarapuavanos, de toda a região, de quais são os indícios de que uma mulher tem sido vítima de qualquer tipo de violência, para que todos nós possamos olhar para as mulheres, para os homens, para os casais e reconhecer indícios de possíveis casos de violência e, assim, podermos ajudar essas pessoas e evitar o crime, evitar a morte”.
O feminicídio é um crime de ódio a uma mulher, a um grupo de mulheres ou à totalidade das mulheres. A presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres acredita que a via para a erradicação dessa violência é, antes de tudo, a informação. “A gente só vai deixar de ter casos de feminicídio, a partir do momento em que entendermos o que é o feminicídio e porque ele acontece. A partir daí, a gente vai desnaturalizar essa prática, vai entender que não são crimes passionais e vai começar a combater efetivamente, no sentido de que as pessoas vão entendendo que não é normal e, pelo contrário, que a gente não deve matar nenhum ser humano, muito menos uma mulher só porque ela é mulher”.
Segundo a organização, durante a live, pretende-se discutir também outros tipos de violência que costumam vir antes do feminicídio, tais como a violência física, psicológica, moral. Essa união de forças entre as instituições em prol do direito à vida, sobretudo a uma vida sem violência, é, na opinião da procuradora da Mulher Bruna Spitzner, uma forma de engajar cada vez mais pessoas no combate ao feminicídio.“A política se faz em comunidade. É justamente por isso que essa comunicação entre representantes das diferentes esferas da nossa sociedade precisa existir. A gente sabe também que a violência contra a mulher atinge a sociedade em geral. Então, precisamos participar e atingir todas essas esferas sociais para que a gente consiga quebrar e desnaturalizar essa violência, para que a gente consiga ter uma sociedade de mais respeito pela vida de todas as mulheres”.