Dia do Jornalista é comemorado em atividade para os alunos do primeiro ano do curso
Em sete de abril é comemorado do Dia do Jornalista, profissional considerado essencial devido a centralidade da informação em nosso cotidiano. Importância que ficou ainda mais evidente durante a pandemia do novo coronavírus, com os jornalistas, nas ruas, em busca de dados consistentes e que pudessem levar a população a se conscientizar sobre a gravidade e letalidade da doença, como se proteger e prevenir e, mais tarde, sobre o papel da vacinação em massa. Trabalho que ocasionou a morte de 169 jornalistas brasileiros por Covid-19 – número que faz do Brasil o país com mais mortes entre os profissionais da área no mundo.
Essa exposição em nome do bem comum, porém, não é valorizada por parte da população brasileira. Um exemplo disso é a crescente onda de violência contra jornalistas, sobretudo durante o exercício profissional. No ano de 2020, foram registados 428 casos de violência física contra jornalistas no país. Um aumento de 105% em relação à 2019, quando esses episódios somaram 208 ocorrências. Os dados são da Fenaj (Federação Nacional de Jornalistas) e integram o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa em 2020.
Diante desse cenário, em que a profissão é considerada essencial por uns e é execrada por outros, é que a professora Ariane Pereira, responsável pela disciplina de Jornalismo e Mercado de Trabalho, resolveu discutir com os alunos o papel dos jornalistas e do jornalismo na contemporaneidade. “Eu quis aproveitar o Dia do Jornalista para reforçar para eles, que são estudantes do primeiro ano do curso, que ainda estão no início da formação, que ser jornalista hoje não é fácil. Mas que, ao mesmo tempo, o exercício sério, responsável e ético da profissão é muito recompensador na medida em que o jornalismo é responsável por agendar, por colocar em discussão temas que são extremamente importantes, e em muitos momentos negligenciados – como a centralidade de uma política pública de saúde. Uma maneira simples, durante esse período em que não podemos estar juntos presencialmente, de buscar valorizar a profissão e de incentivá-los a seguir firmes na formação”, afirma a docente.
Entre os tópicos propostos para a discussão, teve destaque o papel do jornalismo na vida de cada estudante durante a pandemia. Para a acadêmica Nicoly Borges, “opapel do jornalismo é crucial para a sociedade e, agora, na pandemia, esse fator se intensificou. Por meio dos jornalistas a informação chega até nós, de forma confiável. O jornalista é responsável pela amplificação das diversas vozes sociais”.
Também foram discutidas as causas por trás da agressão a tantos jornalistas; as mudanças na visão dos estudantes sobre o jornalismo depois de um ano de curso e como pensam que poderão contribuir para a sociedade enquanto futuros jornalistas. “A aula de hoje foi altamente reflexiva. Primeiramente, para se entender a situação em que a nossa profissão se encontra atualmente – altamente criticada, massacrada, alvo de culpa, de críticas. Mas, em contrapartida, foi numa aula que fez uma reafirmação da minha escolha desde que entrei na faculdade, de que o jornalismo é capaz de transformar, do quão importante é o papel do jornalista na sociedade, porque é só através da informação que uma sociedade tem grandes chances de evoluir, de mudar”, avalia a estudante Gabriela Ukracheski de Souza Peixoto.
Já Isabelle Marinho, colega de classe de Gabriela, afirma acreditar que “qualquer oportunidade de falar sobre jornalismo, falar sobre fazer jornalismo, principalmente nesses momentos conturbados, é uma oportunidade enriquecedora, porque faz com que a gente pense, a gente reflita sobre a nossa profissão, nossos colegas de profissão e o futuro que a gente quer dar para essa profissão”.
Encerrando os debates sobre o Dia do Jornalista, os estudantes do primeiro ano do curso da Unicentro, como a Ketllyn dos Santos, foram levados a refletir sobre se há motivos para se comemorar a data e quais são eles. “No Dia do Jornalista, nós podemos comemorar a importância das pessoas que trazem informações para a gente, pessoas que sabem ouvir, mas que também sabem ser boca, que estão sempre na busca pela verdade”.