Profissionais da saúde fazem balanço de atuação no combate à covid-19
Desde o início da pandemia de covid-19, a Unicentro tem trabalhado em diversas frentes para minimizar os impactos desse momento crítico para a população. E quem tem estado na linha de frente desse combate pela universidade são os profissionais de saúde vinculados ao Programa de Apoio Institucional para Ações Extensionistas de Prevenção, Cuidados e Combate à Pandemia do Novo Coronavírus. O programa foi criado pela Seti, que é a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e tem financiamento da Fundação Araucária. Pela Unicentro, são dois núcleos – um em Guarapuava e outro em Irati. No caso do projeto em Irati, a atuação tem sido feita na abrangência da 4ª Regional de Saúde, com bolsistas em oito dos nove municípios da área, e também na 6ª Regional de Saúde, com sede em União da Vitória, com profissionais de saúde alocados em quatro dos nove municípios do entorno.
Após três meses de atuação, o coordenador dessa etapa do projeto, professor Gustavo Zambenedetti, faz uma avaliação das ações que extensionistas da Unicentro têm movido para combater e prevenir a covid-19. “O balanço que a gente faz hoje é que no momento que a gente inseriu os bolsistas, por volta de abril, era um momento ainda tranquilo em relação em relação à pandemia – a gente tinha poucos casos registrados na região. Hoje a realidade é totalmente diferente – os bolsistas foram incorporados ao processo de trabalho das equipes e são todos muito necessários para o trabalho que é desenvolvido. Tem auxiliado muito os municípios. O retorno tem sido muito positivo nesse sentido – de que alguns municípios afirmam que dificilmente teriam condições de contratar esse conjunto de profissionais por via própria”, afirma Gustavo.
São 42 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e psicólogos, que estão vinculados como bolsistas a Unicentro para somar serviços em pronto-atendimentos, Unidades Básicas de Saúde e setores de epidemiologia dos municípios da 4ª e 6ª Regionais de Saúde do Paraná. Nesses locais, são feitas triagens e o acompanhamento de pessoas com síndrome gripal, com suspeita ou confirmação de covid-19. Além, disso, segundo o professor Gustavo, a equipe de psicólogas tem conduzido ações de atenção psicossocial na 4ª Regional de Saúde, levando informações atualizadas e seguras em relação à prevenção da doença e aos cuidados que devem ser adotados junto a famílias de infectados.
“Temos também aqui na Regional de Irati uma equipe volante, que tem devolvido um trabalho de percorrer os municípios e trabalhar tanto com atenção psicossocial aos trabalhadores, quando também atualização e educação permanente junto com trabalhadores. Como a gente tem uma mudança muito frequente de informações – novas descobertas científicas, enfim, que são incorporadas aos protocolos, o desafio que a gente tem é como incorporar isso também na ação cotidiana dos profissionais e essa equipe volante tem auxiliado nesse trabalho”, afirma o coordenador.
Na 6ª Regional, tem sido destaque as ações no município de General Carneiro, com 12 bolsistas da Unicentro atuando em diferentes serviços de saúde. “É um município que tem um impacto muito grande do projeto, porque praticamente todas as ações da covid neste município são feitas pelos bolsistas do projeto. Então, tem uma devolutiva muito boa do próprio gestor em relação a isso, de que é uma intervenção bem específica que está sendo feita lá, que o município sozinho não teria como fazer a contratação de tantos profissionais”, detalha Gustavo.
Uma das bolsistas da Unicentro lotadas em General Carneiro é a técnica em enfermagem Siana Alves, que tem desenvolvido atividades em um dos pronto-atendimentos da cidade. “Orientações sobre a pandemia desde os funcionários e estendendo para a população. Foram realizados vídeos de lavagem das mãos, uso correto da máscara, fluxogramas de atendimento, alguns POPs (procedimentos operacionais padrão) que deveriam ser seguidos para o bom andamento do trabalho. Após isso fomos realizando triagem de pacientes sintomáticos, acompanhamento dos casos suspeitos, sempre repassando para a vigilância epidemiológica, que está fazendo o acompanhamento do paciente em casa. Ao longo da evolução, a gente começou a coletar os PCRs e também realizar os testes rápidos. Fomos medicando também os pacientes mais graves e encaminhando ao hospital de referência”.
Siana comenta que, para ela, combater à covid-19 ao lado da Unicentro é uma oportunidade importante para sua realização tanto acadêmica, quanto profissional, e também pessoal. “Como profissional técnica em enfermagem e acadêmica do curso superior em Enfermagem, eu me senti na obrigação de ir à luta, de lutar na linha de frente e, com isso, agregar conhecimento para o meu futuro profissional e acadêmico. O crescimento tanto profissional quanto humano, estando na linha de frente, tem me tornado uma pessoa muito melhor, me fazendo uma profissional melhor a cada dia e com mais vontade de lutar contra a covid e contra possíveis situações que a gente possa estar vindo a vivenciar lá na frente”, exemplifica.
O projeto da Unicentro também conta com bolsistas na sede da 6ª Regional de Saúde, que trabalham na verificação e atualização de informações sobre o coronavírus, e com esse conhecimento organizado, percorrem os municípios da área repassando novos protocolos e orientações, na medida em que a pandemia evolui e vão se descobrindo melhores estratégias de combatê-la. O professor Gustavo relata que, além de orientar o agir dos profissionais de saúde, essa equipe também tem feito instruções de prevenção no comércio e na indústria.“Eles também fazem ações de prevenção em empresas. Então, tem empresas onde eles fizeram um trabalho com 700 funcionários, por exemplo, de uma empresa em União da Vitória, orientando sobre toda a questão da higienização, da circulação pelos espaços comuns, do uso do refeitório, do uso de bebedouros – toda uma orientação sobre como fazer a prevenção em ambientes com circulação de muitas pessoas”.
Uma das profissionais que fazem parte da equipe que move essas ações é a Paula Fernanda Quaglio Krzyzanowski, que é enfermeira bolsista pela Unicentro na 6ª Regional de Saúde. “Estamos fazendo visitas orientativas às empresas da região, verificando quais as ações que os empresários já tomaram, quais as ações que eles podem ainda desenvolver, o que pode ser melhorado na saúde do trabalhador e que esse trabalhador leve as informações, leve esses cuidados para sua casa também”. Paula afirma que com esse trabalho, consegue visualizar a ação da universidade constituída a partir do tripé ensino, pesquisa e extensão, já que uma das ações desenvolvidas em União da Vitória é a constituição e constante atualização de um manual de enfrentamento à covid-19, que aborda conceitos, orientações sobre protocolos e fluxos de atendimentos, com base nas informações de órgãos oficiais de saúde.
“A gente consegue verificar a importância do trabalho profissional com o trabalho acadêmico. Nós temos o relatório semanal, do que nós fizemos, todas as atividades; o relatório mensal com o público atingido, com todas as ações desenvolvidas e o planejamento para o próximo período. Nós consideramos que a demanda, por mais que ela tem aumentado, a gente ainda consegue fazer de uma forma planejada, de uma forma organizada, como nós havíamos previsto nos documentos que nós fazemos, nas recomendações, nos protocolos que seguimos do Ministério da Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde e o que nós desenvolvemos aqui”, pondera Paula.
Segundo o coordenador Gustavo, em função dessa ampliação de demandas, devido ao aumento de casos registrados em quase todos os municípios da região, existe uma indicação da Seti, da Fundação Araucária e da Secretaria Estadual de Saúde para a prorrogação do projeto, que a princípio encerraria no dia 6 de agosto.“A gente já percebeu que esses profissionais bolsistas vão continuar sendo necessários ainda pelos próximos meses para desenvolver essas ações”.