Abertas inscrições para programa de bolsas de iniciação a extensão

Abertas inscrições para programa de bolsas de iniciação a extensão

Eu participo do projeto ‘Apoio a prevenção da obesidade para crianças da rede pública de ensino’. Nesse projeto, eu desenvolvo atividades com as crianças, através de oficinas de culinária e análise sensorial de produtos que são, normalmente, consumidos por elas, como bolos, bolachas, panquecas, brigadeiros, e nesses produtos eu faço a adição de resíduos alimentares – como cascas de chuchu e berinjela. Através disso, é possível fazer a orientação de uma alimentação mais saudável e, consequentemente, diminuir o desperdício de alimentos da natureza”.

Eu participo do projeto ‘Prescrição e orientação de atividade física para populações especiais’ e, nesse projeto, nós realizamos atendimentos individualizados dos pacientes, baseados em evidências científicas. A minha função é cumprir 20 horas semanais no projeto. Aí, nós dividimos isso com parte da carga horária como atendimento na Clínica e parte em pesquisa feita no Laboratório”.

Os relatos acima são de duas estudantes de graduação da Unicentro – a Luana Padilha da Luz, acadêmica do quarto ano de Nutrição, e a Érica Vaz, aluna do quarto ano de Educação Física, respectivamente. Ambas participam de atividades extensionistas, que são aquelas ações desenvolvidas pela universidade com o objetivo de promover uma aproximação com a comunidade, levando até a população o conhecimento gerado numa instituição de ensino superior.

Estudantes como Érica oferecem acompanham personalizado para grupos específicos na Clínica e Academia Escola de Educação Física (Foto: arquivo)

O projeto desenvolvido com crianças da rede municipal de ensino de Guarapuava, visando tornar a alimentação delas mais saudável, é coordenado pela professora Daiana Novello, do Departamento de Nutrição. Já o voltado para a oferta de exercícios físicos para populações com necessidades especiais de atendimento tem a frente o docente Marcos Roberto Queiroga, do Departamento de Educação Física, do campus Cedeteg. Os dois participam, anualmente, do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Extensão, o Pibex. Assim, garantem a participação de estudantes em seus projetos extensionistas e, também, proporcionam uma bolsa de 400 reais para os alunos. “Você fornecer uma bolsa para os alunos que têm interesse, que precisam, que necessitam, são alunos de baixa renda ou são alunos, realmente, interessados em aprender é muito bom”, avalia o professor Queiroga.

Assim como eles, participaram do último Edital do Pibex, válido entre outubro de 2019 e setembro de 2020, 23 docentes da Unicentro. Para o interstício 2020-2021, as inscrições estão abertas e podem ser realizadas até o dia 15 de junho, pelo Sistema de Gestão Universitária (SGU), na aba, Saapi-Proec. “A Universidade Estadual do Centro-Oeste, por meio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, Proec, tem ao longo dos anos trabalhado na consolidação da extensão universitária, como um processo interdisciplinar – educativo, cultural, científico e político, de modo a promover a interação transformadora entre os estudantes orientados por professores e a comunidade, dentro do princípio da indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão”, detalha a diretora de Extensão, professora Vania Gryczak.

Em 2019, segundo Vania, 3.376 pessoas – membros da comunidade universitária ou não – se envolveram com a execução de projetos de extensão pela Unicentro. Ações que alcançaram 185.599 membros das comunidades de Guarapuava, Irati e de outras cidades da região. “Desta forma, o presente programa tem o objetivo de oferecer bolsas a acadêmicos interessados em se dedicar ao desenvolvimento de ações extensionistas sob a orientação de um docente efetivo e, desta forma, fortalecer a extensão na Unicentro”.

Os professores Daiana e Queiroga se preparam para, mais uma vez, concorrer no Pibex e, assim, poder conceder bolsas de extensão aos estudantes do curso. Para eles, porém, o programa beneficia muito mais os membros da comunidade, que são acompanhados pelas atividades extensionistas. “Eu participo do programa porque é uma forma de levar os conhecimentos específicos da universidade para a comunidade revertendo em benefícios efetivos, visando melhorar os hábitos de vida da população. É muito importante que os alunos participem das atividades propostas pelos docentes, especialmente aquelas realizadas no âmbito extensionista. Nessa modalidade de intervenção, os acadêmicos conseguem aplicar os conceitos básicos aprendidos em sala de aula e ampliar o conhecimento e a aprendizagem. Além disso, podem observar as características do curso que escolheram durante as atividades práticas, promovendo novas melhorias para os problemas apresentados pela população e/ou comunidade participante”, afirma Daiana.

A casca de chuchu é a base deste cookie ensinado por Luana aos alunos das escolas municipais de Guarapuava (Foto: arquivo pessoal)

Queiroga conta que os pacientes atendidos no projeto coordenado por ele são encaminhados por outros profissionais da área da saúde – como médicos, fisioterapeutas e nutricionistas. A participação é recomendada para que os exercícios ajudem na melhora de algum quadro específico – por exemplo, a diabetes e a hipertensão. “Nós observamos reduções significativas de fatores de risco associados, principalmente, com as causas que eles nos são encaminhados – então, perde de gordura, redução da pressão arterial, redução de perfil lipídico, melhor sensibilidade a insulina, redução de perfil de glicose. Então, são fatores de risco que têm contribuído, na verdade, para as doenças que eles apresentam – fortalecimento muscular, aumento da resistência cardio-respiratória”.

Extensionistas há três e dois anos, respectivamente, Érica e Luana defendem que todos estudante de graduação tenha a oportunidade de passar por um projeto voltado para a ação direta com a comunidade. “Eu recomendo e muito. Nós aprendemos a ter um olhar muito mais humanizado, é muito mais que prescrever exercício. A gente recebe aquele voto de confiança do paciente e muito carinho deles e, com certeza, depois disso, a nossa profissão passa a fazer muito mais sentido”, diz Érica. E Luana complementa: “todos deviam ter a oportunidade de participar de um projeto de extensão, pois ele é enriquecedor não só para a graduação, mas também como pessoa e como sociedade. Nos permite um crescimento mais humano”.

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