Cuida Bem compartilha, nas redes sociais, instruções de cuidados com bebês
Com a suspensão de atividades presenciais, a Unicentro vem buscando outras formas de dar continuidade ao ensino, à pesquisa e à extensão – tripé que sustenta todas as suas práticas. Nesse sentido, as tecnologias digitais têm sido grandes aliadas, permitindo o compartilhamento dos saberes acadêmicos em níveis ainda mais abrangentes. Esse é o caso do projeto Cuida Bem que, antes da pandemia de covid-19, acolhia e dava instruções a mães e cuidadores de bebês, que eram atendidos na Clínica Escola do campus Irati. Agora, de acordo com a coordenadora do Cuida Bem, professora Caroline Guisantes de Salvo Toni, a equipe continua informando a comunidade sobre o desenvolvimento de crianças em seu primeiro ano de vida, mas de uma forma um pouco diferente.
“O nosso projeto, em geral, acontece na Clínica Escola de Fonoaudiologia e Psicologia, em uma parceria com o TOI. Então, quando as mães vem trazer seus bebês para o Teste da Orelhinha, elas participam do nosso projeto. Porém, neste momento de pandemia, em que esses serviços estão todos suspensos, nós decidimos ampliar a extensão do projeto para as plataformas digitais”, explica a docente.
Através de perfis no Facebook e no Instagram, o Cuida Bem tem dialogado com mães e cuidadores com o objetivo de identificar dúvidas e dificuldades que eles têm ao cuidar de crianças com poucos meses de vida. “Os pais, mães e cuidadores, a partir das enquetes que nós realizamos e dos próprios espaços de mensagem, vão nos notificando, vão nos sugerindo temáticas, perguntas sobre o desenvolvimento do bebê. A partir disso, dessas demandas espontâneas do nosso público, nós construímos novas postagens buscando responder a essas dúvidas”, detalha Caroline.
A estudante de Psicologia Laís Moraes Severino é uma das envolvidas na execução do Cuida Bem. Ela exemplifica alguns dos principais questionamentos que o público do projeto tem enviado via redes sociais. “As mães têm muita dúvida se o leite delas é suficiente mesmo para o bebê, se o leite não é fraco. Tem muita dúvida com a questão de pegar o bebê e se está correto, se o bebê está mamando bem”, explica. A partir da demanda de informação que as mães, pais e cuidadores de bebês demonstram, as professoras e alunas do Cuida Bem compartilham conteúdos que vão ajudar a estimular o desenvolvimento da criança. “Nós estamos fazendo postagens no Instagram e Facebook do projeto sobre diversos fatores – amamentação, desenvolvimento infantil, audição, sobre a Síndrome do Bebê Sacudido, o que é essa síndrome, que no isolamento social pode se configurar como um fator de risco”.
Segundo a equipe do projeto, a Síndrome do Bebê Sacudido acontece quando o cuidador está sob estresse ou muito cansado e reage com desespero ao tentar acalmar um bebê que está chorando bastante. O movimento de sacudir a criança com muita força pode provocar lesões cerebrais no bebê, podendo causar sintomas a curto e longo prazo. Um dos objetivos do Cuida Bem é prevenir essa síndrome. O conteúdo sobre essa temática chamou a atenção de Marli Kuasoski, que é mãe da pequena Caroline, e tem acompanhado o projeto Cuida Bem nas redes sociais. “Eu tirei bastante dúvidas sobre o aleitamento materno e, também, sobre uma questão que eu não tinha muito conhecimento, que é Síndrome do Bebê Sacudido. Acho que tem muitas coisas boas dentro desse projeto que a gente pode usufruir enquanto mãe”.
Com a ampliação do Cuida Bem para as redes sociais, o projeto tem atingido públicos também de outras cidades, além de Irati. Esse é o caso da Nicelle Moraes, que mora em Ponta Grossa e tem aproveitado os conteúdos postados para cuidar da filha Malu com mais segurança. “Eu entrei na página do projeto, li todos os posts sobre o assunto, e isso me trouxe um conforto ao perceber que eu não estou fazendo nada errado. Eu acho muito importante projetos como esse, como o Cuida Bem, nas redes sociais, justamente por possibilitar esse suporte num momento tão vulnerável que a mulher no pós-parto se encontra”.