EducartGeo promove uma série de atividades durante pandemia do coronavírus
A Unicentro está com as atividades presenciais suspensas por causa da pandemia do novo coronavírus. Mas, mesmo durante esse período, nossa universidade continua ativa, adaptando suas ações de ensino, pesquisa e extensão. Um exemplo disso é o projeto “Conexão Geográfica: Educação além da Covid-19”, que tem como objetivo refletir e construir ações colaborativas sobre a educação geográfica e o uso das tecnologias da informação e da comunicação nos processos educativos no contexto da pandemia de covid-19. O projeto é uma iniciativa do grupo de pesquisa e extensão Educação Geográfica e Cartografia para Escolares – Educartgeo, do Departamento de Geografia.
A professora Marquiana de Freitas Vilas Boas Gomes, uma das coordenadoras das atividades, conta que o projeto é motivado por dois pontos de discussão. O primeiro é a compreensão de que a pandemia é complexa e exige um esforço coletivo para ser entendida e enfrentada. “O campo do conhecimento das ciências sociais e das humanidades tem um papel de compreender e agir no que diz respeito aos impactos da pandemia no seu contexto econômico, social, ambiental e cultural. Aqui, a Geografia tem uma importante contribuição. São vários os conhecimentos que a disciplina dispõe que podem nos ajudar com a pandemia. Vou destacar apenas três deles. O primeiro é compreender as implicações da concentração, aglomerações e circulação das pessoas na propagação do vírus. O segundo, refletir sobre as dificuldades da implementação da política de distanciamento social, em uma sociedade tão desigual quanto a brasileira. E um terceiro conhecimento são aqueles que a Geografia dispõe para monitorar o isolamento, com base nos locais de concentração do epicentro da pandemia”.
O segundo ponto de discussão, de acordo com a professora Marquiana, é que a pandemia teve uma consequência imediata na educação, por meio do ensino remoto, tanto na educação básica quanto na superior. “De um lado, as desigualdades sociais das famílias que implicam no espaço reduzido da moradia, na ausência de equipamentos adequados para acesso à internet, e também na própria formação escolar dessas famílias que precisam, de uma hora para outra, atender as crianças e jovens na realização de atividades educativas. Temos ainda a preparação dos professores e dos próprios estudantes para o ensino remoto, que supõe que haja, tanto de uma parte quanto de outra, o domínio de tecnologias da informação e comunicação para que haja, efetivamente, um ensino e uma aprendizagem. É uma mudança radical para a qual nem professores, nem estudantes, ao que tudo indica, estão totalmente preparados”.
Nesse sentido, a proposta do projeto é desenvolver ações que permitam que os professores de Geografia ampliem suas práticas educativas durante o período de isolamento social. Essas atividades foram organizadas por estudantes do mestrado e do doutorado em Geografia, sob a coordenação dos professores do curso. Entre elas estão pesquisas desenvolvidas pelos integrantes do grupo e cursos on-line sobre o uso das tecnologias da informação e comunicação que, em breve, estarão disponíveis no Portal do Livre Conhecimento, o Licon, do Núcleo de Educação a Distância da Unicentro. As aulas serão gratuitas e destinadas aos professores da educação básica e da universidade. “Os cursos são sobre os aplicativos para produção e elaboração de webconferências, vídeo-aulas, uso do google maps, trabalho com jogos digitais e desconstrução de fakenews”, detalha Marquiana.
Uma outra ação prevista, de acordo com a professora Marquiana, é o mapeamento de professores vulneráveis à covid-19. “Muitos professores tem mais de 60 anos e, até mesmo, apresentam morbidades que os colocam como grupo de risco à doença. Então, esse mapeamento pode nos ajudar no planejamento do retorno às aulas tanto na escola quanto na universidade”.
Também faz parte do projeto uma agenda de webconferências. Professores estão se reunindo, virtualmente, para debater temas atuais, como as implicações espaciais da pandemia; as tecnologias da informação e da comunicação e a inclusão digital; e a educação para a cidadania durante e após pandemia. Os temas foram escolhidos a partir das demandas dos professores da educação básica, coletadas com o apoio do Núcleo Regional de Educação.
Uma das webconferências é intitulada “Potencialidades e Limites das Tecnologias da Informação e Comunicação nas aulas de Geografia no contexto da pandemia”, mediada pelo professor Clayton Silva, do Departamento de Geografia da Unicentro. “A gente fala muito em termos de possibilidades do ensino e educação à distância e hoje, mais do que possibilidade tem sido uma exigência dos professores da rede, só que a gente também quer apontar um pouco as limitações, dar um pouco de contexto, os contextos em que a das tecnologias potencializam as práticas educativas e, também, ressaltar um pouco das limitações das próprias tecnologias, do atual contexto, as especificidades dos nossos estudantes em acessar e realizar atividades de educação de forma remota”.
Para o professor, a troca de ideias entre os participantes da webconferência deve contribuir para uma melhor adaptação das atividades a distância. “Essa troca então de experiência entre diferentes professores da educação básica, do ensino superior, de diferentes áreas do conhecimento, contribui para que a gente possa realizar um melhor entendimento e que possa desenvolver um melhor trabalho. Acho que as tecnologias vão ter um papel a cumprir. Então, por isso, o que for permitido nesse diálogo mais amplo que a gente está tentando propor com as webconferências vai criar um lastro, uma referência para futuras práticas nossas no ensino superior, para as nossas práticas de estágio com as escolas, é uma atividade que vai qualificar nosso trabalho daqui para frente”, afirma Clayton.
Uma outra webconferência prevista tem como título “A Educação Ambiental depois da pandemia: da covid-19 a uma nova visão de mundo”, mediada pela professora Adriana Kataoka, do Departamento de Biologia da Unicentro. “É um olhar sobre este momento a partir da perspectiva da Educação Ambiental, porque a educação ambiental tem como objetivo principal o enfrentamento da crise socioambiental. A gente faz uma reflexão profunda sobre as múltiplas dimensões que têm afetado hoje a humanidade, tanto em termos sociais quanto ambientais. Um cronograma de atividades nesse momento só vem a contribuir, fundamentando essas reflexões, trazendo novos olhares. O momento é bem propício para que a gente consiga ampliar nossa visão de mundo”.
As webconferências poderão ser acessadas pela plataforma digital Google Meet. As inscrições terão início 30 minutos antes do horário do evento, na própria plataforma, e a participação será certificada. A agenda completa das atividades está disponível na página do Núcleo de Educação a Distância da Unicentro e nas redes sociais do grupo de pesquisa EducartGeo.