Estudante e egresso da Unicentro participam de podcast produzido pela UFMT
Luãn Chagas fez graduação em Jornalismo na Unicentro entre os anos de 2010 e 2013. Nos quatro anos de Universidade Estadual do Centro-Oeste abraçou cada oportunidade possibilitada pela instituição – participou de projeto de extensão, fez Iniciação Científica e mobilidade no exterior, na Universidade Nacional de Jujuy, na Argentina. Com o diploma nas mãos, foi para o mercado, trabalhar em rádio e, ao mesmo tempo, fez mestrado em Jornalismo. Com a defesa da dissertação, já iniciou o doutorado e, antes mesmo de terminar, foi aprovado num concurso público para docente da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Mesmo de casa nova, Luãn não esquece suas raízes – nem de Guarapuava, nem da Unicentro. Por isso, nesse período de isolamento social, quando resolveu produzir uma série de podcasts sobre a vida em quarentena com seus alunos, procurou envolver, também, estudantes daqui. “Nosso objetivo não é fazer aquilo que o jornalismo já vem fazendo, que é transmitir notícias ou informações sobre a quarentena, e nem alertar a população sobre os riscos, que nós consideramos que o jornalismo, as mídias tradicionais também já estão fazendo. É falar sobre as histórias desse período e, de alguma forma, também claro conscientizar por meio dessas histórias e trazer as questões que, muitas vezes, envolvem a desigualdade, a saúde mental, a questão da paz da espírito, a realidade de quem está fora do país, as desigualdades, as questões das crianças. Enfim, questões que fazem parte desse isolamento”, explica Luãn.
Um dos objetivos dos podcasts Vida em Quarentena, conta Luãn, é debater como a quarentena não é igual para todos os brasileiros e como a desigualdade social fica ainda mais acentuada nesse momento que deveria ser isolamento social, sem distinção. Para isso, o projeto da UFMT contou com a participação de estudantes de Jornalismo das cinco regiões brasileiras. E como Luãn é daqui, conhece as disparidades entre as cidades que integram a área de abrangência da Unicentro. “No sul, nós optamos pela Universidade Estadual do Centro-Oeste, por estar numa das regiões mais pobres do sul do Brasil. Aí, a região de Guarapuava, a região de Campina do Simão, a região de Palmital, essa região centro-norte do Paraná tem índices de desenvolvimento humano muito complicados. E, aí, nós queríamos saber como está a questão da quarentena nesse espaço. E nós optamos por fazer um convite para a Universidade Estadual do Centro-Oeste, que tem uma longa tradição na formação de jornalistas”, diz Luãn.
Para a produção dos podcasts, Luãn contou com a participação do egresso de Jornalismo Victor Prado, que mora no distrito de Palmital dos Cunha, no município de Ivaí, e da estudante do quarto ano do curso Mayara Maier, que é de Piquiri Papéis, um distrito de Campina do Simão. Mayara, assim como Luãn, faz IC, extensão, foi rondonista e, ao receber o convite, conta não ter exitado em aceitar. “Quando eu recebi o convite para participar do podcast Vida em Quarentena, de cara eu já vi a importância de participar de um projeto como esse, principalmente quando a gente passa por um momento em que as desigualdades se acentuam ainda mais, que a gente percebe o privilégios de pessoas que conseguem ficar em casa, conseguem se cuidar, têm acesso a internet, conseguem estudar em casa, e como tem gente que não alcança isso. Acredito que esse é o principal de participar de um projeto como esse, que é olhar para o lado e entender como essas outras pessoas estão passando por esse momento de dificuldade e não só aqui na minha cidade, aqui no Paraná, mas em todo o Brasil já que foi uma troca de experiência muito grande”.
Para Luãn, as histórias de vida contadas pelo Vida em Quarentena, como a da agente de saúde de Campina do Simão entrevistada por Mayara, que não tem acesso aos mesmos materiais de trabalho que os profissionais de outras cidades maiores do Paraná, mostra que a universidade pública, durante o distanciamento, não está isolada e continua se fazendo presente na vida social e cumprindo seu papel. “Nós acreditamos que as ações da Comunicação nesse momento de quarentena, nesse momento que a gente vive de pandemia são muito importantes para, mais uma vez, demonstrar aquilo que a universidade já faz durante toda a sua história e durante todo o ano, dentro ou fora de uma pandemia, que é cumprir um papel social importantíssimo dentro da sociedade”, afirma.
Perspectiva compartilhada por Mayara e Victor. “Para mim, foi muito importante participar dessa ação nesse momento de isolamento, porque eu pude ter uma troca com outras pessoas, compartilhar um pouco de como está sendo a vivência aqui na minha cidade e também entender como está sendo para outras pessoas”, diz ela. Já ele, acredita que “participar do Vida em Quarentena permitiu a gente sair um pouco da nossa realidade e conhecer novas histórias”.
Clique aqui para ouvir o podcast com a participação de Mayara e Victor.