Candói é beneficiado com ações descentralizadas do Neddij
O Neddij, que é o Núcleo de Estudos e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da Unicentro, desde sua criação, sempre esteve presente e buscando fazer a diferença para as famílias de Guarapuava. Mas, nesse ano, a coordenação do projeto de extensão avaliou que o trabalho não poderia ficar restrito ao escritório, que funciona no campus Santa Cruz. Era preciso extrapolar as fronteiras da universidade e falar diretamente com essas crianças, adolescentes e suas famílias. Para isso, como explica a psicóloga do Neddij, Luana Lustoza, os profissionais do Núcleo começaram a desenvolver o sub-projeto “Neddij na Comunidade”, indo até os distritos de Entre Rios, Guairacá, Guará e Palmeirinha, e também as cidades de Campina do Simão, Candói, Foz do Jordão e Turvo.
“O Neddij ele atua com o objetivo de defender e promover o direito à convivência familiar comunitária. Para que isso aconteça de fato, a gente não precisa ficar só dentro do Núcleo, a gente precisa ir até as pessoas que têm esse direito. Então, as crianças e os adolescentes são os que possuem esse direito de fato e precisam conhecer, saber como funciona, saber onde buscar ajuda quando existe uma violação de direitos e isso nos fez buscar esse espaço e conversar com eles”, diz Luana.
Uma das turmas do nono ano do Colégio Estadual Santa Clara, em Candói, participou das três oficinas ofertadas pelo Neddij. No primeiro encontro, os alunos conheceram um pouco sobre o contexto histórico familiar, as novas configurações da família e também o direito da convivência familiar comunitária. Nas palestras seguintes, aprenderam sobre as leis em defesa de crianças e adolescentes, falaram sobre abandono afetivo, alienação parental e a comunicação não-violenta.
“Aprendi que eles são um Núcleo que ajuda de um jeito mais fácil como resolver as coisas entre a família, tipo a criança, a convivência com os pais, ajudar no direito de uma forma mais fácil sem muita preocupação com a família. Eles vão na casa, pesquisam, ajudam, tem psicólogo. Então, fica mais fácil, conta o estudante Vitor Gustavo Silva.
Já o aluno Wellyton Hack Machado salienta que as oficinas ensinaram também sobre a importância do respeito e do convívio. “Você tem que aprender a respeitar os colegas, tem que aprender a conviver em sociedade e ser gentil com as pessoas”.
A pedagoga do Colégio Estadual Santa Clara, Edina Malaquias, destaca a importância das oficinas e também do contato direto com os estudantes. “Eu achei interessante porque mostra para os alunos a realidade, os direitos, o que eles podem e o que eles não podem porque muitas vezes eles não são instruídos, eles sabem só aquilo no achismo. Então, achei importante por esse motivo, esclarecer para eles mesmos, dar uma visão baseada em conceitos sólidos para eles mesmos formarem seus conceitos a partir de uma teoria já acadêmica, não de uma maneira popular”.
Edina também ressalta que o Neddij ajudou os alunos a terem uma visão diferente sobre os temas abordados. “Eu achei que eles ficaram mais críticos, mais responsáveis, entendendo os conceitos, as práticas, que tudo tem uma consequência, que toda ação tem uma reação”.