Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento é tema de mesa-redonda da Siepe
As discussões acerca da temática “Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento” ganharam espaço na VI Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão da Unicentro, a Siepe. A edição deste ano reuniu representantes das universidades estaduais paranaenses e do Paraguai; o prefeito de Guarapuava, Cesar Silvestri Filho; o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Nelson Bona; além do presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a Fapesp, Marco Antônio Zago. O professor Zago também é ex-reitor da Universidade de São Paulo, a USP, e ex-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o CNPq. Para o debate, ele trouxe uma apresentação sobre o papel da Fapesp no desenvolvimento da pesquisa em São Paulo e ressaltou a importância da estabilidade para o desenvolvimento da pesquisa e, consequente, geração de tecnologias.
“No Estado de São Paulo, existe uma tradição de dezenas de anos de apoio à ciência e tecnologia e que é bastante estável. É esse o componente mais importante. Todos aqui entenderam isso – que tanto para as universidades, como para Fundação Araucária, muito mais do que o valor investido, o importante é ter uma perspectiva de estabilidade de tal maneira que se possa fazer planejamento’, conta Zago.
A mesa-redonda favoreceu a troca de informações, o que, segundo o professor Zago, pode possibilitar que fossem vislumbradas parcerias entre os estados do Paraná e de São Paulo na realização de pesquisas. “O que eu encontrei aqui foram pessoas que compreendem perfeitamente o problema, que estão discutindo de uma maneira séria e, também, aqui em Guarapuava, eu encontrei um grupo discutindo com muita propriedade. No caso de Guarapuava, existe uma ligação tradicional entre pesquisadores daqui e da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e que, com o progresso que está aqui ocorrendo com a criação do Hospital do Câncer e do Instituto de Pesquisa do Câncer, vai ser incentivada ainda mais”.
A parceria entre a Unicentro e a Unican, a Universidade Nacional de Canindeyú do Paraguai, possibilitou a participação do vice-reitor da instituição no debate. O professor Arnaldo Martinez falou sobre as perspectivas dos sistemas de ciência e tecnologia do país vizinho e destacou a importância da troca de experiências no sentido de impulsionar a internacionalização das instituições. “Para nós é uma oportunidade de aprendizagem e vinculação. Estamos na era da internacionalização das universidades e acredito que nós, professores e autoridades, temos que nos vincular muito estreitamente para fazer isso possível”, fala o paraguaio.
A realidade dos sistemas de ciência, tecnologia e inovação do Paraná foi apresentada pelo superintendente Aldo Nelson Bona. Ele destacou que uma das prioridades da Seti é o apoio à iniciativas que tenham conexão com a sociedade, por isso, em sua explanação, deu ênfase à importância das universidades se ocuparem cada vez mais dos problemas locais e regionais. “Provocar para que a universidade esteja, efetivamente, ocupada com as questões do seu entorno. Uma vez ela desenvolvendo pesquisa e extensão voltada à solução dos problemas locais e regionais, além de contribuir para o desenvolvimento, ela estará também se tornando referência não só nacional como internacional, justamente por conta da sua inserção e contribuição com a solução dos problemas locais”, defende Bona.
O superintendente também ressaltou a importância da realização de debates em eventos como a Siepe, no sentido de promover a aproximação entre as entidades. “Este tipo de evento, na medida em que oportuniza socializar essas experiências, estreita cada vez mais os laços institucionais. Parceria é a palavra do momento em todas as circunstâncias e poder estreitar relacionamento institucional fortalece, cada vez mais, as parcerias que sempre resultam em ganhos para todos os parceiros”.
Em sua participação, o prefeito Cesar Silvestri Filho teve como objetivo instigar o potencial da cidade para a pesquisa e para a inovação. Ele destacou também que o comprometimento e o engajamento da comunidade universitária são essenciais para colocar Guarapuava como protagonista no cenário da pesquisa nacional, tendo em vista que, em breve, o início das atividades do Instituto para Pesquisa do Câncer e o Centro de Inovação possibilitará dois amplos ambientes de estudo. “O que eu procurei fazer hoje foi despertar entre os participantes a compreensão da oportunidade que Guarapuava, hoje, oferta para as pessoas que acreditam na pesquisa como instrumento de evolução e desenvolvimento. O objetivo maior é, realmente, fazer essa provocação, mostrar que não há limite para a pesquisa, não há limite para a ciência”, explica o prefeito.
O reitor da Unicentro, professor Osmar Ambrósio de Souza, também participou do debate. Além dele, o reitor da Universidade Estadual de Maringá, Julio César Damasceno; a reitora da Universidade Estadual do Norte do Paraná, Fátima Aparecida da Cruz Padoan; o reitor da Universidade Estadual de Londrina, Sérgio Carlos de Carvalho e o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Geovane Marino Fávero. Para os reitores Osmar e Júlio, a troca de informações e experiências possibilitada pela mesa-redonda contribui para que as universidades encontrem as melhores formas de trabalhar em prol da sociedade, por meio das pesquisas.
“Essa mesa redonda, com a conversa dos reitores e com o superintendente da SETI, tem muito esse propósito – de entender e ser visionário no perfil e no papel da Universidade no futuro, na relação da universidade com a produção do conhecimento e a transferência do conhecimento para a sociedade. Como fruto dessa discussão, nasce toda uma dinâmica de procedimentos que norteia a universidade doravante”, avalia Osmar.
“Certamente saímos daqui fortalecidos, com muitas ideias, muitas responsabilidades”, avalia Julio. “Eu acho que o que ficou muito claro aqui, para todos nós, é a seriedade de todos que estavam aqui buscando um objetivo comum, que é o fortalecimento do Estado do Paraná por meio do desenvolvimento e, grande parte desse desenvolvimento, é lastreado pela Ciência, Tecnologia e Inovação aportadas pelas universidades nossas, paranaenses”.