História Social do Crime é debatida no campus Irati

História Social do Crime é debatida no campus Irati

Escrever a História de uma sociedade é um processo que requer constante revisão. Afinal, os tempos mudam e as formas de representar determinados fatos e sujeitos também sofrem alterações. Um exemplo disso é a definição do que é um crime. Essa noção vem sendo modificada ao longo dos séculos, como contextualiza o professor Oseias de Oliveira, que é o coordenador do Programa de Pós-Graduação em História da Unicentro (PPGH), que funciona no campus Irati da universidade. “É um tema já tradicional na História, o estudo da violência é um tema tradicional, mas é um tema que a cada momento ele tem novos significados, novos sentidos, em cada período novos sujeitos são associados à violência”.

A influência social e cultural na caracterização dos criminosos foi abordada em uma conferência ministrada pelo professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Marcos Bretas. A vinda de Bretas para a Unicentro foi articulada pelo PPGH e pelo Nuhvi (Núcleo de Pesquisas em História da Violência). De acordo com o professor Oseias, a palestra foi pensada como parte da carga horária de uma disciplina da pós-graduação, mas também como conteúdo complementar para os estudantes de graduação da Unicentro. “Essa atividade ela está alinhada a uma série de elementos que nós praticamos, ou de quesitos que nós buscamos praticar na pós-graduação, que é a integração e a aproximação com a graduação”, completa.

O palestrante Marcos Bretas é referência na pesquisa histórica de crimes no Brasil (Foto: Coorc)

O professor Bretas desenvolve pesquisas sobre a história social dos criminosos no período de 1945 a 1964, a partir das representações desses sujeitos nos textos da imprensa carioca da época. “A gente pensar em situações parecidas, situações distintas, experiências históricas, nos ajuda a refletir um pouco. Acho que tem outra coisa muito importante que é chamar a atenção para a ideia de mudança. As coisas se transformam, a história não é uma história única. Eu estou falando hoje de bandidos e o que eu quero dizer é que bandidos em 1920, bandidos em 1960 e bandidos em 2020 são coisas diferentes. A gente tem um nome só, mas, ao mesmo tempo, tem diferenças, tem classificações, tem medos sociais que são diferentes. Essa transformação dentro do mesmo é que eu tento explorar”, detalha Bretas.

O mestrando em História Marcelo Ribas Filho foi um dos alunos que assistiram à conferência sobre crimes e criminosos. Desde a graduação, Marcelo é membro do Núcleo de Pesquisas em História da Violência, área de estudos decidiu seguir também na pós-graduação. “A conferência é bem importante pela presença de peso, o palestrante é uma das maiores referências a nível nacional da história da violência. Então, neste sentido ajuda a ter uma referência próxima de nós e tudo o mais”.

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