Professor da Unicentro recebe prêmio por pesquisa em genômica do câncer
Um importante passo para entender melhor os aspectos que impactam na progressão do câncer de cabeça e de pescoço. É assim que o professor do Departamento de Medicina da Unicentro David Livingstone Alves Figueiredo define a pesquisa desenvolvida por ele e apresentada no 27. Congresso Brasileiro de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. A investigação, explica o professor, evidenciou que a partir do silenciamento de genomas encontrados em linhagens celulares de câncer de cabeça e pescoço é possível uma neutralização da proliferação de colônias de células que ajudam no avanço dos tumores.
“Nós pegamos linhagens celulares de câncer de cabeça e pescoço e vimos que os mesmos genes estavam expressos também nelas. Aí, a gente fez um silenciamento daquele gene na linhagem celular, inativou aquele gene e observamos, então, quando que, como consequência, o crescimento celular foi alterado. Ou seja, percebemos que a proliferação daquelas colônias de células diminuiu, mostrando claramente que esses genes têm um papel na progressão do tumor”, detalha David.
A relevância dos resultados da pesquisa desenvolvida pelo professor David foi também reconhecida pela organização do encontro científico. Mérito que rendeu ao docente da Unicentro o prêmio de melhor artigo apresentado no Congresso Brasileiros de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Para o docente, a premiação é uma evidência de que é possível desenvolver estudos pertinentes e de qualidade mesmo estando distante dos grandes polos de pesquisa. “Eu acho que a grande sacada é que a gente pode fazer pesquisa de qualidade aqui, estando em Guarapuava. A cidade pode e deve ter um centro de pesquisa em genoma. Esse deve ser um objetivo que a gente deve buscar”.
As pesquisas oncogenômicas são desenvolvidas, segundo o professor David, por um grupo de professores da Unicentro que, em conjunto, estão trabalhando pela instalação de um instituto de pesquisas na área em Guarapuava. “Nós já temos conversado com algumas pessoas da cidade, já estamos costurando a construção de um instituto que trabalhe pesquisa em genômica do câncer e genômica geral. Talvez, criar alguma coisa inédita no Paraná, um centro multifuncional que possa trabalhar oncogenômica e genômica em geral”, finaliza.