Unicentro passa por processo de recredenciamento
A Unicentro está passando por um processo de Recredenciamento Institucional. Esse procedimento é requerido pelo Conselho Estadual de Educação e está sendo coordenado pela SETI, que é a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do estado. O recredenciamento ocorre a cada dez anos e, de acordo com a legislação vigente, busca garantir a continuidade das ações de ensino, pesquisa, extensão e inovação tecnológica ofertadas pela instituição.
O processo teve início em 2017 e, desde então, foram realizadas diversas fases. A última delas foi a visita da comissão de verificação in loco, que, de acordo com o procurador educacional institucional da Unicentro, Angelo Marafon, avalia a universidade em quatro aspectos. “Quatro dimensões avaliativas, normativas. Como elas estão estruturadas? A infraestrutura, que é a dimensão maior e mais pesada na avaliação; o corpo social; e as políticas de ensino, pesquisa e extensão. A maioria desses documentos já existem. O que eles vem é aferir como esses documentos são implantados”, explica Angelo.
As comissões de verificação são formadas por professores do Ensino Superior que têm experiência em gestão institucional. Para a Unicentro, os avaliadores designados pela Seti foram os professores Zaki Akel Sobrinho, da Universidade Federal do Paraná; Erneldo Schalemberger, da Universidade Estadual do Oeste; e Luiz Antônio Souza, da Universidade Estadual de Maringá. A comissão cumpriu uma agenda de três dias. Entre as atividades programadas estavam reuniões com integrantes dos diversos segmentos da comunidade universitária. Uma delas foi com os responsáveis pelos setores de Ensino, Pesquisa e Extensão. O objetivo da conversa foi explicitar a organização da oferta de cursos e a relação com a gestão institucional.
Para a professora Karina Worm Beckmann, pró-reitora de Ensino da Unicentro, e para o vice-diretor do campus, professor Irati Erivelton Fontana de Laat, as conversas do processo de avaliação são também uma oportunidade para avaliar internamente o trabalho que vem sendo desenvolvido. “Essa questão de avaliação da Universidade como um todo, eu vejo como um processo bastante construtivo porque, muitas vezes, trabalhamos sempre em busca da melhoria dos nossos cursos, enfim, das nossas ações. Mas precisamos realmente do processo avaliativo, para que se faça um diagnóstico se estamos ou não no caminho certo”, conta Karina. Erivelton afirma que “o processo de avaliação serve para isso também, para a gente rever alguns procedimentos, o processo pedagógico, o processo administrativo. Então, além de cumprir o marco legal, ela vem para a gente olhar, realmente, para dentro da Universidade nesse momento”.
Para dar suporte ao trabalho de verificação e acompanhar o processo de recredenciamento, a Unicentro instalou uma Comissão Própria de Avaliação (CPA). Essa comissão, de acordo com o procurador educacional institucional da Unicentro, Angelo Marafon, é composta por pessoas dos setores-chave do instrumento de avaliação, ou seja, as pró-reitorias de Planejamento, Extensão, Ensino e Pesquisa, que conhecem as normativas e os regulamentos institucionais e que tem vivência universitária.
A partir da instalação dessa comissão, foi produzido um relatório e enviado aos avaliadores. “Para que esse relatório? Para subsidiar os avaliadores, baseado no instrumento que no qual nós vamos ser avaliados. Então, é uma autoavaliação no mesmo instrumento de avaliação externo. Então, isso nos fez refletir sobre muitas coisas, que já planejamos ações em cima disso, de correção. E isso os avaliadores já estão sabendo. Então, eles já vão aferir que, de fato, nós já estamos mudando com base no instrumento de avaliação”, detalha Angelo.
Para o presidente da CPA, Luiz Carlos de Almeida Lemos, a avaliação do trabalho feito pela comissão é positiva.”A CPA, nesse momento, junto com a Proplan, atendeu as necessidades exigidas pelos avaliadores tendo em vista os contatos, as reuniões que foram feitas”.
Uma reunião com agentes universitários também estava na agenda da comissão avaliadora. O objetivo da conversa foi compreender o trabalho realizado pelos setores técnicos de apoio ao ensino. Questões sobre o entrosamento dos agentes, saúde do trabalho e incentivo à capacitação também foram debatidas. “Foi bem importante a conversa dos agentes com a comissão dos peritos, do recredenciamento, porque passamos a nossa visão do ambiente de trabalho, das relações internas, dos funcionários com suas chefias, com a Reitoria, e também expusemos nossos problemas que são visivelmente a falta de pessoal, contamos que estamos sobrecarregados, da quantidade de trabalho, especificações da área de cada um. Então, foi bem importante”, destaca a agente universitária Cristiane Hiert, que participou da reunião.
A reunião com os docentes buscou compreender a visão dos professores sobre a instituição e o ensino que ministram. Outros pontos levantados foram acerca do trabalho interdepartamental, as condições de infraestrutura, acervo bibliográfico e a interação da graduação com a pós-graduação ofertada na universidade. Para o professor Darlan Faccin, do Departamento de Filosofia da Unicentro, em Guarapuava, a conversa com os avaliadores foi uma oportunidade para discutir de forma ampla o trabalho desenvolvido pelos docentes.
“Nós confirmamos algumas coisas que eles já sabiam, o crescimento que a nossa universidade teve nos cursos de graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado. O envolvimento que nós temos no ensino, pesquisa e extensão e, claro, com esse crescimento, os gargalos que isso traz para nossa universidade. Nós somos aí 900 e poucos professores, 300 e poucos são colaboradores e o restante efetivo, o que traz uma grande demanda de trabalho para nós. Então, nós colocamos essas situações, eles colocaram também os questionamentos que eles tinham para conhecer um pouco a universidade e esperamos, assim, contribuir para o nosso recredenciamento”, elucida Darlan.
A professora Ana Paula Dassie Leite, do Departamento de Fonoaudiologia, que também é diretora do Setor de Ciências da Saúde do campus de Irati, participou da reunião via teleconferência e ressaltou a importância do diálogo com os avaliadores. “Essa visita está sendo muito bacana porque nesse diálogo, nessa nossa forma diferente de olhar a universidade, com certeza, isso vai nos trazer uma perspectiva diferente de coisas que nós precisamos conquistar, que são muitas”.
No segundo dia de agenda da comissão de recredenciamento, os avaliadores visitaram as instalações dos três campi da Unicentro – Santa Cruz, Cedeteg e Irati. O objetivo foi conhecer as instalações institucionais para a oferta de ensino, como as salas de aula, áreas de circulação, lazer e alimentação, além dos espaços destinados às práticas específicas, como os laboratórios. As bibliotecas, os setores de apoio, gabinetes de Direção, Coordenação e de Docentes, também fizeram parte do roteiro de verificação.
“Eles vieram em busca de conhecer o nosso campus, conhecer as nossas clínicas, as nossas unidades prestadoras de serviço e, também, toda a nossa estrutura para graduação, pós-graduação, para ensino, para pesquisa e para extensão. Então, foi uma visita bastante positiva. Eles ficaram bastante satisfeito,s falaram do empenho da universidade. Então, para a gente, foi bastante gratificante recebê-los e mostrar que é a Unicentro, é muito importante para nossa comunidade, para nossa região, que a Unicentro, além de trazer conhecimento, de formar cidadão, ela também presta serviços e, principalmente, à comunidade mais necessitada da nossa cidade e região”, detalha o diretor do campus Cedeteg, Fábio Hernandes.
O terceiro e último dia de agenda na Unicentro foi reservado ao trabalho interno da comissão. Após essa fase de verificação, os avaliadores devem elaborar um relatório e encaminhar ao Conselho Estadual de Educação para deliberação. Depois disso, a proposta ainda será enviada ao Governo do Estado que emitirá os decretos de recredenciamento. Para o professor Luiz Antonio Souza, um dos avaliadores, a interação da comissão de verificação e da comunidade acadêmica foi determinante para o sucesso do trabalho realizado. “Esse olhar externo, olhar nosso de outras instituições – embora com as mesmas virtudes e os mesmos problemas – pode, às vezes, contribuir com vocês no sentido de estabelecer uma política, aperfeiçoar alguma política, seja ela acadêmica, seja científica, seja administrativa. Então, acho que foi um trabalho de interação entre a comissão e o pessoal da Unicentro”.
Opinião compartilhada também pelos outros dois avaliadores, os professores Zaki Akel Sobrinho e Erneldo Schalemberger. “O trabalho foi muito bem realizado porque a equipe, toda a comissão preparou a nossa vinda, documentos, o roteiro para fazermos as visitas, as reuniões com a comunidade foi tudo muito bem estruturado, muito facilitado. Ficamos muito impressionados com o que vimos, tanto no aspecto acadêmico quanto no aspecto comunitário, a importância da Unicentro como motor do desenvolvimento regional”.
“A instituição fez um esforço muito grande de se expor através da documentação e, ao mesmo tempo, a comunidade acadêmica estava muito bem preparada e receptiva. Então, a visita in loco nos deu a possibilidade de cotejarmos o que nós lemos e o que nós vimos, e também o que nós ouvimos porque nós falamos com a comunidade”.
A partir da finalização dessa etapa do processo, a expectativa da Unicentro é que o parecer final seja favorável ao recredenciamento da instituição, como destacaram o reitor Osmar Ambrósio de Souza e o vice-reitor Vitor Hugo Zanette. “A gente tem essa expectativa porque nós conhecemos universidades brasileiras, conhecemos a Unicentro, e o que se faz aqui na Unicentro, está em sintonia com perfil de Universidade, porque a universidade não é só atendimento à sociedade, ela atende no sentido da formação, quer dizer, o carro-chefe da atividade da universidade é a formação de recursos humanos, a formação do graduado, a formação do especialista, formação do mestre, do doutor, esse é um perfil. O outro é o desenvolvimento de pesquisa – pesquisa científica, pesquisa tecnológica, inovação tecnológica. E a terceira vertente, aí sim, é transferir todo esse conhecimento para a sociedade. Então, a universidade vem cumprindo essas etapas”, afirma Osmar.
“A universidade está fazendo um excepcional trabalho, aquilo que nós desenvolvemos, de fato, atende a própria legislação não só da universidade, mas externa. A interação com a nossa comunidade é muito forte, ou seja, que os nossos projetos de ensino, de pesquisa e de extensão estão, de fato, atendendo a nossa sociedade, a nossa comunidade, mas fundamentalmente a nossa comunidade regional aqui do centro-sul do estado em Guarapuava, em Irati e nas nossas extensões”, defende Zanette.