Importância de ser doador de medula óssea é debatida em peça teatral no campus de Irati
Você já deve ter ouvido falar sobre medula óssea. Provavelmente, já teve contato com alguma campanha que incentiva a doação da medula para o tratamento de doenças no sangue. Essa questão é complicada, principalmente pela dificuldade em encontrar doadores compatíveis. Mas um grupo de artistas abordou o assunto de forma lúdica e conscientizadora com a apresentação da peça teatral “Procura-se uma Estrela”, no Auditório Denise Stoklos do campus Irati da Unicentro.
“É bastante comum a gente ouvir por aí, justamente, a pessoa achar que vai mexer na medula espinhal – como o nome é medula óssea, e também tem a medula espinhal. Então, as pessoas acham que você pode ficar paralítico, vai mexer na sua espinha, e não tem nada a ver. Receber a medula óssea para quem tem um linfoma ou é o último recurso de sobrevivência, é uma loteria, já que a chance de achar uma pessoa compatível é muito rara. Então, quanto mais gente tiver cadastrada melhor”, comenta sobre os mitos e verdades da doação um dos atores em cena, Rafael Barreiros.
Na peça teatral, uma dupla de palhaços, que costuma visitar pacientes em tratamento de leucemia, resolve ir para as ruas em busca de novos doadores de medula óssea. Eles tentam incansavelmente convencer uma mulher mal-humorada a se cadastrar como doadora. Para isso, utilizam música, brincadeiras e teatro de bonecos. Com esse tipo de linguagem, os artistas dividem com o público histórias verídicas de pacientes que estão à espera de um transplante.
“A arte é um instrumento, uma ferramenta, que é tão importante quanto ter acesso à educação ou à saúde porque você pode mobilizar muito as pessoas usando a arte como uma ferramenta de comunicação, porque é uma linguagem que você consegue cativar as pessoas de outra maneira”, explica a diretora de produção do espetáculo, Bella Souza.
Essa função mobilizadora da arte também é destacada pela chefe da Divisão de Promoção Cultural do campus Irati da Unicentro, professora Alexandra Lourenço. “A arte é envolvida, é contextualizada. Ela tem um papel fundamental enquanto inserção social, enquanto discussão das questões sociais. Então, essa peça “Procura-se uma estrela” desenvolve um texto sobre uma questão que é fundamental na área da saúde e que envolve a própria humanização da sociedade em se envolver com o tema, através do teatro você puxa o tema e a própria consciência social”.
A Divisão de Promoção Cultural da universidade entrou em contato com as escolas estaduais da cidade de Irati convidando para assistir a peça, que foi encenada em três momentos no campus. Os alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual João de Mattos Pessoa compareceram ao espetáculo acompanhados pela professora de Educação Física, Sueli Meira Rocha Back. Ela aproveitou a oportunidade para relacionar a atividade ao conteúdo de suas aulas. “Eu já trabalhei o teatro, a expressão corporal dentro do teatro, para que eles viessem apreciar e ao retornar à sala de aula, a gente faça esse feedback. A partir de agora, eles vão recriar alguma coisa voltada para a temática que foi trabalhada, e eles recriando e vivenciando, para que possa realmente levar para sua vivência o aprendizado”, conta.
O espetáculo “Procura-se Uma Estrela” buscou conscientizar a comunidade sobre a importância da doação de medula óssea. Afinal, apenas uma em cada 100 mil pessoas tem a medula compatível com o paciente que precisa do transplante. A melhor forma de aumentar essas chances é incrementar o número de cadastros na Redome, que é a Rede Mundial de Doadores. Para se cadastrar, a pessoa precisa ter entre 18 e 55 anos de idade e ir até um banco de doação de sangue, preencher um cadastro, coletar apenas cinco ml de sangue e pronto! A tipagem genética da pessoa ficará registrada na Rede e se o doador for compatível com algum paciente do Brasil ou do exterior, ele será chamado para o procedimento e seu ato de solidariedade poderá salvar a vida de alguém.