Últimos dias da exposição “É preciso ter coragem para ser mulher”

Últimos dias da exposição “É preciso ter coragem para ser mulher”

Você já parou para pensar como a arte pode ser uma ferramenta essencial de conscientização e protesto? Foi pensando nisso que o Rotact Guarapuava, em parceria com a Dirc, que é a Diretoria de Cultura da Unicentro, e onze artistas locais organizaram, nesse mês da mulher, a exposição “É preciso ter coragem para ser mulher”. Segundo Daniele Flauzino Pereira, do Rotaract, a exposição incita o debate em torno a violência contra a mulher. “Eu vejo essa exposição como uma forma das pessoas perceberem que a violência contra mulher não são só atos físicos, de machucar, de bater. Muito dessa violência está no nosso dia-a-dia”, afirma.

Uma das artistas que está expondo é a Beatriz Carazzai Pereira. A estudante, que declamou um dos seus poemas durante a abertura da mostra, decidiu expressar pelas palavras o sentimento em relação ao silêncio e a solidão da mulher alvo de violência. “Eu aproveitei para já usar esse meu estilo de escrita, para explorar o psicológico destruído de um eu lírico que saiu de um relacionamento abusivo e foi, inclusive, inspirado em contos de fadas. Então, foi muito pensando nisso, no quanto essa mulher sofre com essa solidão que, na verdade, não é dela, mas que o mundo impôs a ela essa solidão também que leva o silêncio da violência”.

Com o objetivo de mostrar através da arte uma perspectiva sobre a violência contra a mulher, a mostra conta com fotografias, pinturas e poesias. Segundo a chefe da Divisão de Cultura da Unicentro, Elizabete Lustoza, quem for visitar essa, que é a primeira exposição de 2019, vai se deparar com um espaço de reflexão. “Vai se emocionar com as poesias, com a com as fotografias, com todo esse acervo. Precisa ser visitado e, também, fazer uma reflexão sobre tudo isso que está sendo apresentado aqui nessa exposição”.

E a reflexão também esteve presente e norteando a abertura da mostra “É preciso ter coragem para ser mulher”. A performance do grupo de dança La Bayadere, por exemplo, explorou os vários tipos de violência sofridos pelas mulheres em relacionamentos abusivos. “Nossa liberdade ela é calada dia a dia pelas pequenas coisas. Então, com a coreografia, a gente tentou trazer um pouquinho de toda essa violência que pode acontecer e essa relação que se cria, que muitas vezes é doentia”, explicou a dançarina Graciane.

A exposição “É preciso ter coragem para ser mulher” fica aberta a visitação até essa sexta, 29, e pode ser conferida no Centro de Exposições da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, no campus Santa Cruz da Unicentro.

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