Projeto de extensão Patronato Unicentro completa cinco anos
Acompanhar de perto, de forma humanizada, o cumprimento das penas alternativas. Esse é um dos objetivos do projeto de extensão Patronato Unicentro, que comemora cinco anos. O Programa Estadual de Municipalização da Execução de Penas em Meio Aberto é estruturado pelas instituições estaduais de ensino superior, em parceria com a Seti, que é a Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, através do programa Universidade Sem Fronteiras. Para reinserir o egresso do sistema prisional ou o cidadão que cumpre pena alternativa na sociedade, o projeto gere uma equipe multidisciplinar que atua na assistência jurídica, orientação profissional e na ressocialização dessas pessoas.
Em uma cerimônia no Fórum da Comarca de Guarapuava, o projeto lançou um documentário que apresenta cada uma das ações do Patronato que, segundo a coordenadora do projeto Ana Amélia Nerone Araújo, geram resultados positivos. “É um brinde a um trabalho desenvolvido com comprometimento através dessa parceira. Nós temos a resposta positiva através dessa reinserção social colhida através dos depoimentos dos assistidos. Esse é o grande objetivo do projeto, que está sendo cumprido e comemora nos cinco anos”, detalha.
Quando iniciou suas atividades, em 2013, o Patronato atendeu 50 apenados. De lá para cá, já são 4.000. Só nesse ano são 1.500 assistidos. O crescimento está na estruturação da equipe multidisciplinar e no estabelecimento de parcerias com outros agentes do município. Um deles é a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social. Para o gestor da pasta, Ari Marcos Bona, os trabalhos contribuem na transformação da realidade desses cidadãos. “Essas pessoas, quando saem do sistema prisional, precisam ter uma oportunidade, um redirecionamento para a vida. E hoje nós vemos aqui, dentro dessa história de cinco anos de Patronato, quantas pessoas tiveram a oportunidade de ressocializar”.
Os depoimentos dos assistidos presentes no documentário são para a juíza da Terceira Vara Criminal, Carmem Silvana Zolandeck Mondin, uma brisa de esperança. Para ela, é animador observar que as penas aplicadas pelo judiciário são, de fato, executadas e, mais que isso, possibilitam transformações. “Não só de simplesmente o Estado impor uma sanção, mas saber que, a partir dessa sanção, o apenado, que é um ser humano, fará toda uma ressignificação, inclusive do seu modo de vida”, afirma.
Uma das ações que permite a mudança de vida para quem sai do sistema carcerário é o projeto de Capacitação em Panificação, realizado em parceria com o Departamento de Engenharia de Alimentos da Unicentro. Através de aulas teóricas e práticas, o assistido pelo Patronato recebe conhecimentos para se reinserir no mercado de trabalho. Uma missão da universidade que atua através da extensão. “Resgatar a cidadania, o sentimento de pertencimento do preso que ficou afastado da sociedade e, dando oportunidade, dele poder retornar, criando condições para ele buscar um emprego, e principalmente, ter esperança em uma vida melhor”, defende o vice-reitor da Unicentro, professor Osmar Ambrósio de Souza.