Unicentro participa de discussões sobre efeitos de agrotóxicos na população
A preocupação com as intoxicações pelo uso de agrotóxicos nas populações que estão em contato com esses produtos tem crescido em todo o país. Por isso, os programas de saúde pública têm concentrado esforços para promover a proteção dessas populações. Uma ação concreta resultado dessa inquietude foi a realização do I Encontro para Proteção da População Exposta aos Agrotóxicos, realizado pela Secretaria da Saúde com apoio da Unicentro.
“Trata-se da Oficina para Apresentação do Plano de Vigilância e Atenção à Saúde das Populações Expostas aos Agrotóxicos da 5ª Regional de Saúde e apresentação da Linha Guia de Atenção à Saúde de Populações Expostas aos Agrotóxicos. Esse evento é para fazer conhecer o material que será utilizado na região de Guarapuava para trabalhar temas referentes à agrotóxicos e agroecologia, bem como os efeitos desses agrotóxicos na saúde da nossa população”, contaa enfermeira Ana Carolina Dalla Vecchia, da Vigilância Sanitária da 5ª Regional de Saúde.
De acordo com Ana Carolina, essa linha de atenção às populações expostas aos agrotóxicos deve subsidiar tecnicamente os profissionais da rede de atenção primária para o acolhimento, diagnóstico, tratamento, notificação e acompanhamento da saúde dos trabalhadores e populações expostas aos efeitos agudos e crônicos dos agrotóxicos no estado do Paraná. “A política de saúde está sendo implementada este ano no estado com foco na prevenção da exposição aos agrotóxicos a essa população. Esse tema é importante para que a gente tenha, primeiro, conhecimento de fato da população que está exposta aos agrotóxicos e os efeitos que esses estão causando na população. A partir daí, nós vamos desenhar políticas públicas, ações para eliminar, para diminuir o uso desses agrotóxicos e os efeitos desses na saúde da população”.
O Encontro foi realizado no campus Cedeteg e reuniu profissionais das áreas de saúde e ciências agrárias e ambientais dos 20 municípios que compõem a 5ª Regional de Saúde. Ana Lurdes Charnoski, da Vigilância Epidemiológica de Pinhão, foi uma das participantes. “A questão dos agrotóxicos é um tema que a gente já vem fazendo discussões sobre isso de longa data e a nossa região é bastante afetada com isso. Os nossos municípios estão a frente do consumo de agrotóxicos. Então, esse trabalho que está sendo aqui em rede, com todos os profissionais, de todas as áreas, é de suma importância para que se concretize o que está sendo hoje colocado aqui”, avalia.
A Unicentro faz parte do Grupo de Trabalho de Agrotóxicos, que busca articular ações em nível regional envolvendo várias instituições para discussões sobre a temática dos agrotóxicos e a proposição de ações estratégicas. “Nós temos diferentes sindicatos, diferentes setores que estão envolvidos com o tema agrotóxicos participando e a Unicentro está trabalhando diretamente conosco no desenvolvimento das ações estratégicas e das metas para serem alcançadas junto à população. Então, a Unicentro é um parceiro nosso para que a gente possa desenvolver as ações da melhor maneira possível”, detalha Ana Carolina.
A professora Cristiane Nardi, do Departamento de Agronomia da Unicentro, integra o grupo de trabalhos e fala sobre a importância do envolvimento da instituição nas ações de proteção às populações expostas a agrotóxicos. “A universidade tem um papel muito importante porque está participando do grupo de trabalho em agrotóxicos no sentido de apoiar a articulação dos municípios em relação a essa questão da exposição das pessoas aos agrotóxicos, que é um ponto bastante importante aqui na região. Nós queremos apenas proteger as populações que, incontestavelmente, estão expostas a esses produtos que, comprovadamente, têm efeito sobre a saúde da população”, finaliza.