Encontro de Extensionistas defende a troca de saberes universidade-comunidade
Promover discussões e instigar a reflexão sobre ações extensionistas dentro da universidade. Esses, de acordo com a pró-reitora de Extensão e Cultura da Unicentro, Elaine Maria dos Santos, foram alguns dos objetivos do Encontro dos Extensionistas da universidade. “O Encontro dos Extensionistas já está em sua nona edição, e a gente sempre procura promover uma temática que traduza na reflexão dos nossos bolsistas principalmente, que são o alvo desse encontro. A gente quer trabalhar muito essa questão de eles refletirem qual é o papel deles na sociedade”, afirma.
Para potencializar e fortalecer as ações extensionistas na Unicentro, esta edição do Encontro dos Extensionistas propôs como temática “Extensão e Comunidade: promovendo trocas de saberes”, por isso, dividiu as atividades. A primeira delas foi uma roda de conversa com representantes de movimentos sociais. A professora Marivânia de Araújo, do movimento negro foi uma das participantes. “O movimento que eu conheço, do qual eu milito já há alguns anos é o movimento social negro e eu vim falar um pouco da trajetória do movimento, mas especificamente no movimento social dentro da Universidade. É uma ideia muito boa essa de trazer os movimentos para dentro da universidade, popularizar e compartilhar esse conhecimento com a comunidade acadêmica.
Bryan Gonçalves é representante do movimento LGBTQ+ e também participou das discussões. “Uma das discussões que eu procurei trazer foi em relação à permanência de um estudante LGBT dentro da universidade, quais as dificuldades e de que forma isso pode ser um motivo de inclusão ou exclusão, ou se pode acabar sendo um obstáculo”. As políticas públicas voltadas às mulheres foram abordadas pela secretária Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Priscila Schran de Lima. “A diversidade faz com que as políticas sejam mais efetivas, elas tenham mais proximidade da realidade concreta, e isso faz com que a gente consiga promover aquilo que é realmente necessário”, defende.
Já o trabalho extensionista nas comunidades tradicionais foi o tema explanado pelo representante do Núcleo de Direitos Étnicos e Coletivos do Paraná, Reginaldo Alves. “O projeto de extensão tem muito a ajudar para que dê visibilidade ao movimento, da real necessidade ou do conflito que existe dentro dos seus territórios e, às vezes, os projetos de extensão ajudam com algumas atividades lá dentro, pode ser de sustentabilidade ou mesmo em defesa do território, que é o que mais importante para as comunidades tradicionais”.
A reflexão sobre a Contribuição da Extensão Universitária no Cenário Nacional e Paranaense também foi abordada durante o encontro, em uma conversa com a coordenadora do Programa de Extensão Universidade Sem Fronteiras, Sandra Ferreira, e com a ex-presidente do Fórum Nacional dos Pró-reitores de Extensão, Marilisa Oliveira. “São investimentos, ações, projetos, que estão sendo desenvolvidos por meio do Universidade Sem Fronteiras. Nós temos mais de 800 bolsistas. Eu trago resultados do ano de 2017 dessas ações que envolvem cinco áreas que são trabalhadas juntamente com esses bolsistas, e trago também o resultado dos projetos que são desenvolvidos dentro dessas cinco áreas”, afirma Sandra. Já para Marilisa, o Encontro “mostra que extensão tem que se fazer a muitas mãos, onde a figura do professor é muito importante, é fundamental. A figura do aluno principalmente, porque é o ator principal nas ações e do papel da universidade enquanto instituição responsável pelas questões da sociedade como um todo”.
O relato da experiência de participação no Projeto Rondon também teve espaço no Encontro. O objetivo desse compartilhamento de informações foi incentivar que outros estudantes se interessem em participar do projeto. “Acima de tudo, o Rondon é humanitário, quem dera todos os acadêmicos tivessem a oportunidade de participar do projeto. Então, eu estou aqui para falar um pouco sobre essa experiência que eu tive porque a gente é multiplicador”, explica a rondonista Diécilly Francine.
Para os participantes, como a acadêmica de Educação Física, Bruna de Sousa, e a jornalista Walquíria de Lima, o encontro foi uma oportunidade para ampliar as discussões acerca de temas importantes para a universidade e trocar experiências que podem contribuir para o trabalho de extensão. “O que me trouxe aqui”, conta Bruna, “foi a curiosidade de saber mesmo o que eles têm para falar para gente, esclarecer algumas coisas”. Formação também procurar por Walquíria, integrante de um dos projetos do Universidade Sem Fronteiras em andamento. “Eu acredito que é importante para a nossa formação para agregar ainda mais conhecimento para aplicarmos nas nossas extensões, acredito que isso enriquece muito. Tudo aquilo que a gente faz e aprende é importante para compartilhar também o nosso conhecimento, o nosso trabalho enquanto extensão”.