Estudantes de Agronomia participam de Dia de Campo Produção Integrada
Trocar informações e colocar os acadêmicos do curso de Agronomia em contato direto com produtores e profissionais atuantes na região. Esses foram alguns dos objetivos da participação da Unicentro no 2. Dia de Campo Produção Integrada. O evento foi promovido na Fazenda Capão Redondo, na cidade de Candói, pela Coamo, pelo Sindicato Rural de Guarapuava, pelo Sistema Faep/Senar, pelo Iapar, pelo Programa Pecuária Moderna, pela DSM Tortuga e pela Unicentro.
“É um evento de pecuária de corte na região, da área de integração agricultura-pecuária-floresta ou sistemas integrados de produção agropecuária. É um evento voltado para produtores, para estudantes, para técnicos, na divulgação desses sistemas, que são mais sustentáveis, uma agricultura mais amigável com o ambiente. O objetivo é mostrar a possibilidade de se cultivar lavouras de pasto, não só lavouras de grãos”, explicou o professor Sebastião Brasil, do Departamento de Agronomia da Unicentro.
O Dia de Campo contou com a participação de 320 pessoas, entre produtores rurais, estudantes e profissionais de Guarapuava e região. Ao longo do dia, os participantes puderam conferir palestras e visitar estandes que tinham como objetivo apresentar novidades direcionadas à melhoria do sistema de interação lavoura-pecuária. Um deles estava sob a responsabilidade da Unicentro. Nele, estudantes do quarto ano de Agronomia destacaram a importância da adubação das pastagens. “O principal foco do nosso estande é a adubação de pastagem já que, através dela, se consegue ter uma produtividade maior em geral e um controle de plantas daninhas. Resumindo, o manejo da pastagem se torna melhor, e ela mais produtiva e mais rentável”, detalha o acadêmico Cássio Padilha.
Para o estudante, participar do evento não só como ouvinte, mas também apresentando informações, representa um crescimento profissional significativo. “A gente é acostumado a participar como ouvinte e não como apresentador. Então, você trazer a informação é uma responsabilidade muito maior porque você tem que estar com conhecimento suficiente para sanar dúvidas, que possam ocorrer durante a apresentação. É uma oportunidade excelente para os alunos também, que é um contato direto já com a vivência que você vai ter após a faculdade, trabalhando como agrônomo”, pontua.
“Isso é a minha formação. Eu vou trocar experiências, trocar conhecimento com quem está na área, com quem está praticando isso. Nós acreditamos na teoria, mas, na prática é muito mais difícil. Então, tanto eu como os outros acadêmicos, a gente está bem animado para trocar experiência e para ver qual vai ser o retorno da nossa apresentação”, acrescenta a também acadêmica Natália Reichmann.
O professor Orcial Bortolotto, da disciplina de Comunicação Rural, foi um dos docentes que acompanhou os acadêmicos. Para ele, proporcionar aos estudantes a oportunidade de apresentar informações, facilita a comunicação entre o profissional e o produtor. “É uma grande oportunidade dos alunos poderem ter um contato prático com o produtor trazendo informações técnicas. A proposta é, justamente, conseguir trazer algumas informações relacionadas a importância tanto da adubação em pastagens, como também na questão de controle de plantas daninhas, que são dois dos principais pilares e dificuldades já que, muitas vezes, o produtor não tem formação adequada e formação técnica”, destaca.
De acordo com o professor Sebastião Brasil, a participação dos acadêmicos enquanto disseminadores de informações é uma forma de treiná-los para a atuação profissional. “Para os alunos serve como treinamento mesmo, além das informações que eles vão receber durante esse dia, eles estão vivenciando não só a organização do evento, como também o contato com as empresas e com os produtores. A gente deixou esse desafio para eles para que, realmente, venham a ter contato com essas pessoas e ver que o mundo é muito mais dinâmico do que, às vezes, o que a gente apresenta na sala de aula”, diz.
Rodolpho Botelho, proprietário da fazenda onde o dia de campo foi realizado e presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, defende os eventos técnicos que promovem a difusão de informação e de tecnologia. “É uma maneira de pesquisadores, academia, produtores, o pessoal de consultoria trocarem informação e experiências. Para o produtor é extremamente importante porque ele precisa ver na prática, precisa ver com os próprios olhos algumas informações. O produtor é muito visual e eu acho que essas informações através de dia de campo, de palestra são extremamente importantes para o sistema produtivo agropecuário”, avalia.
O produtor também destacou a importância da participação da universidade como forma de aproximar produtores rurais e pesquisadores, fazendo com que as demandas do setor produtivo sejam conhecidas pelos profissionais. “Cada vez mais precisa haver uma aproximação maior entre academia e setor produtivo. As próprias pesquisas da academia têm que ser demandadas pelo setor produtivo e os principais questionamentos do setor produtivo devem ser pesquisados pela academia. Eu acho que essa interligação, essa comunicação mais aberta, mais ampla e mais próxima é de extrema importância”,finaliza.