Aldo Bona encerra mandato a frente da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais
A Abruem (Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais) congrega 44 instituições de ensino superior públicas, estaduais e municipais, instaladas em 22 estados do país. Uma dessas afiliadas é a Unicentro, que teve seu reitor, professor Aldo Nelson Bona a frente da Associação por quatro anos – entre 2014 e 2016 como vice-presidente e nos dois últimos como presidente. No último mês, ele transmitiu o cargo ao reitor do UEG (Universidade Estadual de Goiás), professor Haroldo Reimer, em cerimônia em Brasília.
“As nossas instituições passaram e estão passando, como toda educação superior pública no país, por um momento muito difícil e as perspectivas não apontam para melhoras. Isso reforça, cada vez mais, a importância de nos associarmos, de estarmos cada vez mais fortalecidos enquanto uma rede de cooperação das nossas universidades estaduais e municipais. Historicamente temos várias situações que podemos apontar que, por estarmos juntos, fortalecidos e em associação conseguimos criar espaços de atuação, espaços de reconhecimento até para o financiamento de nossas universidades”, lembrou Bona em seu discurso de despedida.
Na ocasião, o reitor da Unicentro também aproveitou para fazer um balanço da gestão compartilhada com a reitora da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Adélia Maria Carvalho de Melo Pinheiro. “Foi um período de intenso trabalho, fundamentalmente, no sentido de ampliar a representatividade da Abruem. Nos últimos anos a gente vem crescendo muito nisso com o trabalho das presidências de fazer com que a Abruem seja conhecida e reconhecida nas instâncias do governo federal fundamentalmente porque a função da Abruem, a principal delas, é promover a articulação das nossas universidades e a representação dessas junto ao governo federal, em âmbito nacional para que a gente possa ampliar cada vez mais o compromisso do governo federal com as nossas instituições estaduais e municipais. E o trabalho que a gente fez foi neste sentido”, avalia.
CEntre esses avanços estão a aproximação com a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e com o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). “Capes e CNPq têm a Abruem como interlocutora em todos os projetos e ações, em todas as comissões que constituem a Abruem tem sempre um assento, uma representatividade”, afirma Bona. “O CNPq tornou-se muito mais próximo das nossas instituições e a gente vem discutindo alguma ação específica CNPq-FAPs voltada para as nossas estaduais e municipais. Quer dizer, sem dúvida nenhuma, é cada vez mais evidente que quanto mais juntos estivermos, mais fortalecidos estaremos”.
Evidencia dessa aproximação com as principais instâncias de financiamento da educação superior do Brasil foi a presença, na cerimônia, do presidente do CNPq, Mario Neto Borges, e do diretor de educação a distância da Capes, Carlos Lenuzza. “Temos na Abruem um parceiro de longa data. Em todos os nossos editais, em todas as formulações das nossas políticas para pós-graduação e formação de professores, a Abruem sempre esteve ao nosso lado. Então, a medida que nós vemos esse nível de organização da Abruem, ela nos passa respeitabilidade e, principalmente, sabemos que teremos aí um órgão interlocutor com a formação de qualidade no Brasil”, lembra Lenuzza.
Já para Mário Neto, “a Abruem tem um papel fundamental no país pela sua capilaridade, está em todos os estados brasileiros, em vários municípios e desenvolvendo um trabalho de fortalecimento da pesquisa, da extensão e da educação de qualidade no Brasil. Nesse sentido, nós temos procurado aumentar a parceria do CNPq com a Abruem, com as universidades estaduais e municipais para que nós possamos, exatamente, levar a ciência brasileira a todo o Brasil. O CNPq é o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Então, nós temos que ter esse olhar e um dos pilares que nos une é o fato de usar a ciência para a solução de problemas brasileiros e geração de riqueza. Portanto, nos fazemos uma parceria muito interessante”.
Outro ponto destacado pelo reitor da Unicentro, ao deixar a presidência da Abruem, foi uma segunda linha de atuação que teve como meta promover discussões para cooperação sul-sul entre as universidades associadas com instituições de ensino superior da América Latina. Exemplos disso são a participação ativa da Abruem na Conferência Regional de Educação Superior na América Latina e no Caribe, a Cres 2018, e como as discussões impulsionadas pelos encontros preparatórios para o evento promoveram a aproximação da Abruem com a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) e com o Conif (Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica).
“A Abruem esteve presente, representada e participativa na Cres, na Conferência Regional de Educação Superior na América Latina e Caribe. A Abruem organizou, junto com a Anfifes e o Conif, uma discussão nacional sobre o tema da educação superior. Já está alinhavada e organizada uma segunda discussão sobre isso agora no mês de setembro em Porto Alegre. Ou seja, nós promovemos uma aproximação das três associações que representam o ensino superior público brasileiro – Abruem, Andifes e Conif. Então, acho que isso também é bastante positivo e tem que ser apontado como resultado desse período de trabalho”, finaliza.