Pessoas trabalhando é mostra em exposição na Unicentro
Lápis na mão e olhar compenetrado no papel. Todos ouvindo atentamente o que o instrutor tinha para falar. Foi assim, em uma oficina com o artista plástico gaúcho Paulo Gobbo, que crianças de escolas de Goioxim tiveram um contato mais próximo com a arte neste mês de julho. “Começo com a questão da interpretação e, daí, vou trabalhando algumas técnicas – tipo luz e sombra, perspectiva – para culminar num desenho com pontos de vista diferentes”, explica Paulo.
A experiência foi aprovada pela pedagoga da Secretaria Municipal de Educação de Goioxim, Daniele Morais, que acompanhou os participantes na oficina. “A arte, quando bem trabalhada, possibilita às crianças observarem as coisas mais simples do cotidiano, do dia a dia, que existe arte ali. Com certeza, a oficina vai fazer muita diferença na questão pedagógica, contribuindo para o ensino e para eles estarem se desenvolvendo”, avalia.
Uma das alunas que participou foi a pequena Laura da Cruz, de 10 anos. O gosto pela arte, pelo menos para ela, começou a crescer depois das dicas passadas por Paulo. “Eu achei ele bem importante, bem legal”. Quando questionada se pensa em ser artista como ele, sem pestanejar, ela responde: “sim”.
A atividade fez parte do lançamento da mostra “Pessoas Trabalhando”, que é do Paulo mesmo. Nas obras, que utilizam a técnica do óleo sobre tela, ele procurou chamar atenção para as diferentes perspectivas que as pessoas têm sobre cada tipo de trabalho. “Eu estou tentando trabalhar com o senso comum, no sentindo não de agredir o senso comum, mas de dialogar com o senso comum”, afirma. Para isso, Paulo pintou o cotidiano de diferentes rotinas de trabalho. “A série, propriamente dita, tem 48 telas, onde eu retrato um pouquinho de pessoas trabalhando. Não são profissões. Veja bem: ali tu encontra a tela mãe. Mãe não é uma profissão. Mas a questão é: dá trabalho ser mãe? Se dá trabalho, então é uma pessoa que trabalha”.
Outra temáticas que o artista procura abordar com as obras da série são as questões de gênero e de etnia. “Eu estou trabalhando isso para ver se as pessoas conseguem entender que não existe trabalho de um, trabalho de outro. Específico de um ou de outro. E tentar quebrar um pouquinho essa questão do senso comum mesmo”, defende. A mostra pessoas trabalhando pode ser visitada no centro de exposição da Proec (Pró-Reitoria de Extensão e Cultura), que fica no campus Santa Cruz, até a próxima sexta-feira, dia 27 de julho.