Patronato Irati completa cinco anos e apresenta atividades desenvolvidas à comunidade
Promover a inclusão social das pessoas que cumprem penas judiciais por meio do acompanhamento. Esse é o objetivo do projeto de extensão “Patronato”, financiado pela Seti (Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), através do Programa Universidade Sem Fronteiras, e pela Sesp (Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária). Em Irati, o Patronato está em funcionamento desde 2013. E agora, depois de cinco anos de atendimentos, os coordenadores da ação extensionista estiveram na Câmara Municipal para apresentar para a comunidade e para os assistidos o andamento das atividades na cidade.
O evento contou com a presença de representantes do judiciário, como a promotora Gabriela Cunha Melo Prados. “Eu sempre repito que a Comarca que tem uma Patronato recebe um benefício enorme porque – além de não sobrecarregar o poder judiciário, que não possui esse alcance e poderia, no máximo, enviar um ofício perguntando se a pena sob a forma de prestação de serviço está sendo cumprida ou não – o programa consegue acompanhar os apenados individualmente, vendo a necessidade de cada um, a adequação de cada um”.
No total, são 17 Patronatos em todo o estado. Três deles vinculados à Unicentro, funcionando um em Guarapuava, outro em Irati e o terceiro em Pitanga. Para a assistente social do Patronato Unicentro Irati, Juliana Rodrigues Ferreira, a reunião, fundamentalmente, possibilita que as atividades desenvolvidas pelo programa sejam compreendidas pela comunidade. “A gente pretende esclarecer toda comunidade, principalmente as instituições conveniadas do município, o que é a prestação de serviços à comunidade. Então, qual a função da prestação de serviço, o que ela pretende, qual a função social dela em relação aos assistidos e, assim, é um evento informativo mesmo”, detalha.
O trabalho do Patronato é realizado em parceria com órgãos estaduais, federais e com o poder judiciário. Entre as ações do Programa está o acompanhamento para a efetivação do cumprimento de penas alternativas. É o Patronato, por exemplo, que define onde elas serão cumpridas e o que é importante, para o parceiro que recebe o infrator, que ele realize sob a forma de penalização.
Em Irati, muitas dessas punições são cumpridas na Escola Municipal Rosalina Cordeiro de Araujo. Para a diretora do colégio, Elza Valenga, as medidas sócio-educativas têm favorecido a escola. “Eles vem contribuir com a escola, prestando serviços, no caso, como parceiros, ajudando em pequenos serviços e favorecendo a escola naquilo que a gente precisa e o colégio, em contrapartida, vem ajudando eles na ressocialização que eles também necessitam”, avalia. Ressocialização que tem sido fundamental para o Rodrigo dos Santos, um dos apenados assistidos pelo Patronato Unicentro Irati. “No caso, lá eu sou bem tratado. Todo mundo me respeita”.
No total, mais de 270 pessoas já foram acompanhadas pelo projeto na Comarca de Irati. Segundo o coordenador do Patronato, o professor Gustavo Zambenedetti, do Departamento de Psicologia da Unicentro, além de toda importância social do projeto como defensor dos Direitos Humanos, o programa é um valoroso instrumento de ensino para os estagiários e bolsistas da Universidade. “o tempo inteiro”, explica, “a gente promove levantamentos e avaliações das ações que a gente realiza; a gente vincula projetos de iniciação científica também. Então, do ponto de vista da Instituição, é muito importante ter projeto porque ele permite que a gente possa fazer a interface entre os três eixos – ensino, pesquisa e extensão”.