Pesquisa quer relacionar deslocamento de máquinas agrícolas e compactação de solo
Uma parceria entre a Fundação Araucária, a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado (Seti) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Paraná (Senar) está possibilitando o desenvolvimento de pesquisas integradas voltadas para o manejo e a conservação do solo, por meio de uma Chamada Pública do Programa da Rede Paranaense de Apoio à Agropesquisa e à Formação Aplicada. Nesse edital, foram contemplados cinco trabalhos desenvolvidos por pesquisadores da Unicentro.
Um deles é o do professor Leandro Rampim, do Departamento de Agronomia. O trabalho – “Indicadores físicos do solo em sistemas de manejo e conservação do solo na região centro-Sul do Paraná” – tem como objetivo estudar a relação do deslocamento de máquinas sobre o solo durante as operações agrícolas. “Vamos estudar a causa dessa compactação, que é o deslocamento das máquinas, e estudando esse contexto poderemos identificar manejos que possam reduzir essa compactação ou amenizá-las ao longo do tempo”, explicou o professor.
De acordo com o pesquisador, esse estudo já está sendo desenvolvido e deve continuar pelos próximos três anos. “Várias atividades serão realizadas durante o período, algumas na própria Unicentro e outras em algumas propriedades rurais para, de fato, constatar os problemas que esse deslocamento de máquinas pode causar ao solo, compactando e consequentemente reduzindo e prejudicando o desenvolvimento das plantas”.
Por meio das avaliações no campo, de acordo com o professor Leandro, será possível analisar as reais necessidades do produtor. Por isso, serão avaliados o solo e também as lavouras que nele estiverem sendo cultivadas, como soja, milho, aveia e trigo. “Algumas avaliações, principalmente no solo, são relacionadas aos atributos físicos. Então, conseguimos utilizar alguns equipamentos que se assemelham ao desenvolvimento do sistema radicular da planta e, por isso, conseguem detectar se está mais difícil a raiz se desenvolver no solo. Ou seja, se está difícil para um equipamento adentrar no solo, então, a raiz também terá essa dificuldade”, explicou.
Mas as análises não param nessa etapa. “Coletamos, também, amostras de solo em um determinado volume e avaliamos em laboratório. Assim, conseguimos saber se tem mais poro, se tem menos poro, se esses poros conseguem armazenar mais água e, com isso, poderemos detectar se há compactação, ou não, desse solo”, acrescenta Leandro.
A pesquisa recebeu, via Edital, um financiamento de R$ 340 mil. De acordo com o professor, esse valor já está sendo utilizado para a compra de insumos agrícolas e equipamentos importantes para o desenvolvimento do trabalho. “A aprovação do projeto de pesquisa é um reconhecimento para o pesquisador, porque é avaliado todo seu histórico de pesquisa. Contudo, isoladamente, sozinho, não se consegue executar um projeto desse e, também, não é possível agregar um histórico de resultados de produção científica. Então, isso é resultado de um trabalho de muitas outras pessoas”.
Ao final e mesmo durante o processo de análise do solo, os resultados devem ser sempre partilhados com os agricultores da região. “Temos o intuito de disponibilizar essas informações para o produtor. Dessa forma, poderemos mostrar opções mais adequadas e vantajosas para que ele conviva com essa dificuldade, porque é necessário ter as máquinas, ou algumas alternativas para amenizá-los num primeiro momento”, finaliza.