Unicentro promove atividades educacionais no Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava
Levar um pouco da Universidade para lugares que, algumas vezes, estão distantes do meio científico e, assim, colaborar com a conquista de novas experiências intelectuais. Esse é o objetivo de um dos projetos de extensão da Unicentro: o “Ciência em movimento: “Universidade em ação”. Por isso, os acadêmicos, que fazem parte da iniciativa, estiveram no Centro de Regime Semi-Aberto de Guarapuava (Crag). Lá, eles participaram das ações da Semana Cultural do Crag.
“O objetivo é não só trabalhar com os conceitos científicos mas trazer até os apenados toda essa parte que existe, particularmente, dentro da Universidade e tornar acessível todo o conhecimento produzido dentro dos laboratórios de Física e de Biologia. Além disso, também, mostrar para os nossos alunos como é trabalhar em uma escola de jovens e adultos que fica dentro do sistema penitenciário”, explica a coordenadora do projeto, professora Ana Lúcia Crisóstimo.
O projeto “Ciência em movimento: Universidade em ação” é uma parceria entre a Unicentro, o Centro de Regime Semi-Aberto de Guarapuava e a Faculdade Guairacá. Mas oficinas realizadas durante a Semana Cultural, os participantes puderam conhecer os sistemas de funcionamento do corpo humano, ter noções básicas de primeiros socorros, saber sobre animais peçonhentos e também participaram de experimentos de física. “Eles estão vendo de célula, tecido sanguíneo, tecido vegetal, todo o sistema de modelos anatômicos de aparelho reprodutor, sistema ósseo. Nós temos também a parte dos experimentos de física, vários experimentos com materiais de baixo custo e também temos uma oficina com animais peçonhentos”, detalha Ana Lúcia.
Para os detentos que querem dar continuidade aos estudos, funciona nas instalações do Crag uma unidade do Ceebeja (Centro de Educação Básica de Jovens e Adultos) e as atividades da Semana Cultural fazem parte do calendário pedagógico da instituição. O projeto “Ciência em movimento”, que também vai até as escolas, no regime semi-aberto dá suporte para a elaboração de atividades diferentes das rotineiras. “Essa semana pretende ser um momento de reflexão trazida ao homem encarcerado vários temas e para dar oportunidade também das instituições entrarem também dentro das nossas penitenciárias, trazerem as informações, o conhecimento científico para dentro das penitenciárias e essa troca é muito importante, esse ambiente se torna muito rico com a vinda de visitantes e, principalmente, da Universidade”, defende a pedagoga da unidade semiaberto, Maxcimira Mendes.
Para o diretor do Centro de Regime Semiaberto Guarapuava, Américo Dias Pereira, as atividades educacionais desenvolvidas durante a Semana Cultural, muito mais do que ensinamentos, são um estímulo a uma nova vida. “A gente mostra alguns valores trazidos pela instituição e mostra que eles podem ter uma nova vida, podem seguir uma nova profissão, podem aprender, voltar a estudar e podem ser cidadãos”, afirma.
A mudança de rotina também pode ganhar novos significados não só para quem aprende, mas também para quem ensina. Foi o que percebeu o Daniel Mazurek, estudante do quarto ano de Ciências Biológicas da Unicentro e integrante do projeto “Ciência em Movimento”. “Eu acredito que a educação consegue transformar as pessoas. Então, hoje, para a gente estar neste espaço dentro do Crag é uma experiência tanto enriquecedora para nós enquanto profissionais quanto para as pessoas que estão nesse regime. Quando eles saírem daqui, eu acredito que esse tipo de experiência pode trazer novos horizontes para eles com novas oportunidades”.