Numape Florescer entrega primeiro conjunto de materiais de combate à violência contra a mulher

Numape Florescer entrega primeiro conjunto de materiais de combate à violência contra a mulher

No Brasil, 500 mulheres são vítimas de algum tipo de violência por hora. No Paraná, são cometidos dois feminicídios – ou seja, a morte de mulheres pelo simples fato de serem mulheres – a cada cinco dias. Dados que evidenciam que a desigualdade entre homens e mulheres ainda é muito presente na sociedade brasileira. Fatos que demonstram a necessidade constante e crescente de ações para o combate à violência contra a mulher.

É justamente essa a proposta do Núcleo Maria da Penha (Numape) do Campus Santa Cruz da Unicentro. O Numape Florescer nasceu como um projeto experimental de alunos de Jornalismo e, agora, é um projeto de extensão financiado pelo programa Universidade Sem Fronteiras. Depois de quatro meses de funcionamento, ele entregou à Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher a primeira série de materiais educomunicacionais.

Para conscientizar a mulher sobre os mecanismos de proteção determinados pela Lei Maria da Penha foram criados três produtos, todos baseados em depoimentos reais, de mulheres vítimas de violência, que conseguiram romper o ciclo. O Numape Florescer, desse modo, desenvolveu um videodocumentário e uma série composta por quatro spots radiofônicos. Além disso, em parceria com o Numape do Campus de Irati, também foi produzido o “assediômetro”, que é uma espécie de termômetro que mede os níveis de assédio. Um alerta homens e para mulheres.

As produções do Florescer tem a informação como principal ferramenta para o combate da violência contra a mulher. E, para isso, contar com depoimentos de mulheres que conseguiram romper com o ciclo da violência, como explica a coordenadora do Numape Florescer, Ariane Pereira, é fundamental. “Essas mulheres, elas merecem todos os nossos reconhecimentos, e é pela história delas que outras vão procurar ajuda, não é pelo trabalho da Ariane, da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres, ou da Universidade ou de qualquer outra pessoa. É a partir do depoimento delas, da coragem de compartilhar a própria história de dor”, complementa.

Entre os materiais lançados,está o “assediômetro”, desenvolvido em parceria com o Numape Irati e com a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres de Guarapuava

O lançamento dos produtos do Numape Florescer foi realizado durante a Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa. Em três dias, o evento reuniu a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher de Guarapuava e região. E quem estava presente, viu nos produtos a possibilidade de conscientização da mulher para buscar seus direitos, começando pela denúncia do agressor, como defende a secretária de Políticas Públicas para Mulheres de Guarapuava, Priscila Schran de Lima. “É por meio da comunicação que essa mulher vai saber do serviço, vai saber que ela não está sozinha, vai ter toda uma rede para ajudá-la”, defende a secretária, que é egressa do curso de Jornalismo da Unicentro.

O reitor da Unicentro, professor Aldo Nelson Bona, também esteve presente na manhã de lançamentos e fez destaque para a ação extensionista universitária que transforma realidades. “Construir uma sociedade cada vez mais tolerante, uma sociedade cada vez mais equilibrada, combatendo fundamentalmente as diversas formas de violência e, no caso específico dos debates aqui, também a violência na família, a violência contra a mulher”, explica Aldo.

O objetivo é que a parceria entre o Numape Florescer e a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher seja duradouro. Afinal, as metas são as mesmas: uma sociedade igualitária, sem diferenciação de gênero e sem violência.

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