Estudantes de Farmácia desenvolvem cosméticos com características inovadoras
Não são apenas os medicamentos que fazem parte do cotidiano dos estudantes do curso de Farmácia. Outras áreas da profissão também são exploradas enquanto os acadêmicos passam pela graduação. Muitas delas, além do aprendizado, trazem também desafios. Na disciplina de Cosmetologia, por exemplo, os alunos foram desafiados a desenvolver cosméticos inovadores e que ainda não existem no mercado. “O objetivo é introduzir os alunos já no que eles vão experimentar no mercado de trabalho. É um pouquinho do que aqueles que forem para a indústria farmacêutica, trabalhar com formulação, experimentarão”, explicou o professor Leandro Freire, responsável pela disciplina.
O concurso de cosméticos foi a atividade de finalização da disciplina. Para as equipes, o trabalho não foi simples. Além da ideia, também foi preciso testar a formulação, realizar pesquisas de mercado e pensar em uma marca para o produto. A equipe da acadêmica Amanda Mierzva escolheu trazer um demaquilante, que tem como diferencial a ação contra acne, além de remover a maquiagem. “É uma necessidade, principalmente, da mulher moderna. Então, quisemos otimizar o tempo dessa mulher trazendo um produto 3 em 1 e que oferece benefícios para a saúde dela e para a beleza”, destacou.
Cada grupo foi avaliado quanto à criatividade e à originalidade do produto desenvolvido, ao potencial de marcado, à complexidade técnica e à apresentação geral. O grupo da acadêmica Ana Paula Ruth apostou no diferencial de trazer um cosmético voltado ao público masculino. O gel pós-barba tem como principais efeitos retardar o crescimento do pelo e clarear a pele. “A gente escolheu desenvolver ele porque a ideia inicial era de atingir um público que nem sempre é alvo da criação de produtos cosméticos, que são os homens”, contou Ana Paula.
Isaac Cravalheiro, que também é acadêmico do curso, acompanhou as apresentações. Depois de conhecer todos os produtos, elegeu seu preferido. “Eu achei muito interessante todas as apresentações. Os produtos foram inovadores. Para mim, o melhor foi o primeiro produto da linha cosmética masculina”.
Os cosméticos apresentados pelas equipes já estão finalizados, mas para que possam chegar até o consumidor ainda precisam passar por alguns testes, que são regulamentados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). São eles que vão atestar a segurança e a eficácia dos produtos. “Essas análises vão comprovar que aquele ativo no produto realmente funciona e os testes de segurança dizem respeito a uma possível toxicidade do produto, alguma reação alérgica”, explicou o professor Leandro Freire.
Nesta edição do concurso, a equipe que levou a melhor foi a da acadêmica Ana Julia Somer. O produto desenvolvido por elas foi um filtro solar 3 em 1, que promove a renovação celular e tem ação hidratante. A ideia das meninas foi desenvolver um cosmético que facilitasse a vida de mulheres que têm uma rotina agitada. “Resolvemos escolher esse produto devido à incidência de câncer de pele no Brasil e também para manter a autoestima das mulheres. Resolvemos fazer um produto multifuncional para facilitar a vida delas”, disse.
Para quem participou da atividade, mais do que a disputa entre as ideias, o que realmente importava era o conhecimento e a experiência adquiridos durante o processo de elaboração dos produtos. “É interessante para colocar em prática aquilo que vemos na teoria e poder desenvolver um produto. É muito gratificante o resultado”, concluiu Ana Paula Ruth.