Doutorados em Ciências Florestais e em Agronomia realizam primeiras defesas de tese
O trabalho intitulado “Viabilidade do aproveitamento da biomassa energética na colheita de povoamento de Pinus em primeiro desbaste” marcou a primeira Defesa de Tese de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais (PPGF) da Unicentro. De autoria de Carla Krulikowski Rodrigues, a tese foi orientada pelo professor Eduardo da Silva Lopes, que também é coordenador do PPGF.
“Esse momento é muito importante para nós, fruto de um trabalho que iniciou na concepção do curso de Engenharia Florestal em 1997. Naquela época, já havia o desejo da implantação do programa de pós-graduação e, em 2007, teve início o Mestrado e, mais recentemente, a partir de 2014, o curso de Doutorado. É uma satisfação enorme estarmos concluindo a primeira tese de doutorado, um trabalho inédito que contribuirá com o setor florestal e com a sociedade”, destaca Eduardo.
Carla e o professor desenvolvem projetos de pesquisa em parceria há cerca de oito anos. No Doutorado, ela ingressou já na primeira turma e sua pesquisa é fruto de uma visita técnica até a empresa Araupel, sediada em Quedas do Iguaçu. Segundo Eduardo, foi em conversa com a gerência da empresa que surgiu a necessidade de estudar as operações de desbaste de pinus e analisar o potencial energético do material para fins de aproveitamento, tema da tese de Carla.
“Hoje precisamos modificar as matrizes energéticas e buscar outras fontes de energias renováveis. A Carla estava bastante interessada nesta linha e, então, lancei o desafio para que ela submetesse ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) o projeto. Após submeter dentro do edital universal do CNPq, para nossa satisfação, o projeto foi aprovado. Ou seja, ele passou por consultores e foi bem elogiado e nós recebemos recursos para equipamentos, custeio, bolsas de Iniciação Científica e isso ajudou muito”, explica o professor.
Três anos após o início do curso, Carla comemorou a sua aprovação perante a banca. Aluna da Unicentro desde a graduação, foi na instituição que recebeu toda a sua formação acadêmica e profissional. “Nos dez anos que estou aqui, entrei em 2007 na graduação, sempre estive envolvida em projetos de pesquisa, também fazia monitoria, e isso me ajudou bastante no ingresso no Mestrado. Sempre tive interesse em trabalhar com pesquisa e almejava ser professora e trabalhar na área acadêmica. Após o Mestrado fui para o Mato Grosso trabalhar na universidade do estado lá e retornei para o Doutorado. Estar todos esses anos aqui foi muito gratificante. A Unicentro contribuiu muito para a minha formação, o programa de pós-graduação também, assim como, o Laboratório de Colheita da Madeira, sob a orientação do professor Eduardo”.
Assim como o Doutorado em Ciências Florestais, o em Agronomia início suas atividades também em 2014 e realizou, recentemente, sua primeira defesa de tese. O trabalho, intitulado “Fungos endofíticos de plantas daninhas como indutores de resistência em trigo a bipolaris sorokiniana”, foi apresentado pela agora doutora Elaine Pittner. “Eu isolei fungos endofíticos de plantas daninhas aqui do campus Cedeteg e, após selecionar, eu inoculei esses fungos em plantas de trigo e avaliei algumas características dessas plantas frente a doença mancha marrom, que é uma doença bastante importante na nossa região”, explicou.
Elaine faz parte da primeira da turma do programa e desenvolveu a pesquisa sob a orientação da professora Cacilda Rios Faria. De acordo com a professora, o trabalho feito, por ser inédito e apresentar bons resultados, atende bem ao que se espera de pesquisas em nível de doutorado. “O projeto da Elaine é um projeto inovador que a gente fez trabalhando com fungos endofíticos de plantas daninhas. A gente pega esses fungos e utiliza no controle biológico de doenças. Então é um trabalho bem inovador que vem mostrar possibilidades de novas alternativas e, principalmente, alternativas mais sustentáveis para o manejo de doenças em cultivos agrícolas”, disse a professora.
Para Elaine, apesar dos desafios, ter sido a primeira a defender a tese foi motivo de satisfação. “Eu já imaginava que seria um grande desafio. Cursar um doutorado já é um grande desafio. Ser a primeira a defender mais ainda. Para mim, é uma superação. Há muito tempo, as mulheres eram proibidas de estudar. Eu mesma tive uma grande barreira para vencer essa dificuldade e talvez isso tenha me instigado a dar continuidade aos estudos”, destacou.