Projetos Experimentais em Jornalismo da Unicentro ganham reconhecimento estadual

Projetos Experimentais em Jornalismo da Unicentro ganham reconhecimento estadual

Os acadêmicos da Unicentro apresentaram os materiais sobre a violência de gênero e que serão difundidos em todo o estado.

Os acadêmicos da Unicentro apresentaram os materiais sobre a violência de gênero e que serão difundidos em todo o estado.

Trabalhos foram apresentados na reunião mensal da Câmara Estadual de Combate à Violência contra as Mulheres

O ensino, a pesquisa e a extensão são os pilares de sustentação da Unicentro como instituição de ensino superior e estão presentes no dia a dia dos professores e acadêmicos da universidade. Um exemplo disso são as propostas pedagógicas que incentivam o desenvolvimento de conhecimentos capazes de ajudar na solução de problemas da comunidade.

Esse é o casos dos dois Projetos Experimentais desenvolvidos ao longo do segundo semestre letivo de 2015 pelos alunos do 4º ano do curso de Jornalismo, em disciplina ministrada pela professora Ariane Pereira. Florescer e Caminhos Cruzados, como são intitulados os trabalhos, utilizam de conceitos jornalísticos para colaborar na questão do enfrentamento da violência de gênero.

Contribuição social para um problema relevante que fez com que os alunos fossem convidados a apresentar os Projetos Experimentais para as integrantes da Câmara Técnica Estadual de Gestão do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres. Apresentação realizada na última segunda-feira (21), em Curitiba. O convite veio após relato da secretária municipal de Políticas Públicas para Mulheres e vice-prefeita de Guarapuava, Eva Schran, para a presidente da Câmara Técnica, Terezinha Ramos, sobre o trabalho realizado pelos formandos da Unicentro e repassados à secretaria. “Depois que expliquei como o trabalho tem sido útil no dia a dia da secretaria, a Terezinha pediu para que fosse trazido até aqui, para que outras gestoras de secretarias também conhecessem o material”.

Desse modo, o convite feito pela Câmara Técnica foi repassado pela secretária Eva Schran quando da cerimônia de entrega pública do Projeto Experimental Florescer pela Unicentro para a Prefeitura/Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres (sobre a entrega, clique aqui para conferir a reportagem). A possibilidade de apresentação do material foi estendida ao Projeto Experimental Caminho Cruzados e, desde o início, contou com o apoio da reitoria da Unicentro, que possibilitou a ida dos acadêmicos para Curitiba. “É um trabalho que muito nos orgulha. Por isso, imediatamente, fiz questão de dizer que a Unicentro cuidaria do transporte dos alunos até a capital do estado para que esses materiais jornalísticos de extrema relevância social pudessem ser conhecidos fora de Guarapuava”, contou Aldo Nelson Bona, reitor da Unicentro.

A acadêmica Priscila Schran entrega o material produzido para a presidente da câmara, Terezinha Ramos.

A acadêmica Priscila Schran entrega o material para a coordenadora da câmara, Terezinha Ramos.

O Projeto Experimental Florescer foi desenvolvido com base em necessidades reais da Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres de Guarapuava e é composto por um documentário em vídeo, por spots radiofônicos e por um livreto. Seus autores são os formandos Caio Budel, Isabela Lessak, Nádia Moccelin, Naiara Persegona e Priscila Schran de Lima. “Foi uma oportunidade incrível apresentar o Florescer em um lugar que reunia mulheres tão importantes no cenário estadual na luta pelo fim da violência contra a mulher. Como acadêmico é gratificante ver o nosso último trabalho universitário ganhando uma projeção como essa”, comemorou Caio Budel.

Já as acadêmicas Janete Carvalho, Kryssia Kosmos, Letícia Ferrari, Paula Andreoli e Veridiana Amaral produziram a radionovela Caminhos Cruzados, que mostra como as histórias de violência estão presentes em várias situações vivenciadas pelas mulheres. “Desde o começo da graduação”, contou Kryssia, “a gente entendeu que o nosso papel como jornalista não é apenas de retratar a notícia, mas de dar voz a quem não tem voz, da gente trazer a tona a questão social, os problemas da nossa sociedade que precisam ser pensados, que as pessoas precisam ter acesso para que, enfim, a realidade possa ser mudada. Nós estamos nos formando e terminar a graduação com essa consciência de que vale a pena escolher o caminho do bem, escolher fazer algo pela sociedade é algo muito recompensador”.

A Câmara Técnica é composta por representantes do Governo Estadual, dos municípios do estado, que contam com Secretaria da Mulher, do Ministério Público e do Tribunal de Justiça. A coordenadora, Terezinha Ramos, explica que o principal objetivo do grupo é discutir ações contra a violência de gênero. “Aqui a gente se reúne mensalmente para discutir o enfrentamento da violência contra a mulher no estado do Paraná, algumas ações que a gente executa e apresentar ações que os municípios também estão realizando nas suas regiões. Discutimos, também, a operacionalização das unidades móveis que atuam no enfrentamento da violência contra a mulher, às mulheres do campo e da floresta”.

A promotora do Ministério Público, Mariana Bazzo, estava na reunião e mostrou interesse pelos produtos desenvolvidos pelos alunos. “Esse tipo de material facilita o trabalho, porque ele traduz de uma maneira muito clara e muito bem feita, a forma pela qual se desenvolve a violência de gênero, que tem uma especificidade de ser de difícil notificação. A mulher fica bastante constrangida, o órgão oficialmente destinado a receber essa denúncia, muitas vezes, não está sensibilizado para um tratamento especifico e humanizado de acolhimento da mulher. Então, a subnotificação é imensa e isso tem que mudar”, contou.

Durante a reunião, os membros da Câmara demostraram interesse em utilizar o trabalho realizado pelos acadêmicos. Ficou definido que a Câmara Técnica vai repassar o material para as rádios públicas paranaenses para que elas também contribuam no enfrentamento à violência contra a mulher. “Essa discussão é um discussão antiga que a gente faz, já fazia na SPM (Secretaria de Políticas para as Mulheres), desde o inicio da criação da SPM, da importância de se levar para a acadêmia a discussão da violência de gênero, para formação dos profissionais. Então, falamos que se a gente levar pra dentro do curso de medicina, de direito, do curso de publicidade, de jornalismo, e tantos outros cursos que são ofertados para os nossos jovens, essa discussão sobre a violência de gênero nós teríamos profissionais com um olhar diferenciado”, concluiu Terezinha.

Deixe um comentário