Projeto desenvolve método de controle de praga que tende a reduzir o uso de inseticidas

Projeto desenvolve método de controle de praga que tende a reduzir o uso de inseticidas

O projeto “Comportamento sexual e ecologia química de crisomelídeos-praga no sul do Brasil, visando o manejo integrado de praga”, proposto pela professora do Departamento de Agronomia da Unicentro, Cristiane Nardi, obteve aprovação na chamada pública universal 14/2014, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), divulgada em novembro do ano passado. O objetivo do projeto é identificar e avaliar a eficiência de um feromônio sexual da Diabrotica Speciosa, uma espécie de praga agrícola. “Queremos estudar esse feromônio e identificar qual é a molécula química que tem efeito sobre a atratividade do macho em relação à fêmea. A partir daí, buscamos métodos de captura dos machos a partir desses feromônios sintéticos”, explica Cristiane.

O trabalho deve ser desenvolvido até 2017 e envolve, além da Unicentro, outras instituições. A principal colaboração é do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Semioquímicos para Agricultura, que é composto por universidades de várias regiões do país. Uma delas é a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), unidade da USP, a Universidade de São Paulo que tem uma ampla estrutura de laboratórios, onde também serão realizadas as atividades. Na Unicentro, o laboratório utilizado para as pesquisas é o de Entomologia Agrícola, no campus Cedeteg, em Guarapuava.

De acordo com a coordenadora do projeto, os trabalhos já iniciaram e devem seguir algumas etapas. Primeiro, será estudado o comportamento dos machos em relação ao feromônio das fêmeas. A partir daí, serão caracterizados quais compostos da fêmea são efetivos na atratividade do macho. Depois disso ainda é necessário estudar quais são as características e como esse composto poderia ser sintetizado. Por fim, será feito um estudo sobre quais são as armadilhas mais adequadas para que se consiga colocar o feromônio sintético nas diferentes formas. “Pode ser uma pastilha ou um composto volátil que seja líquido. Depois de avaliar qual é a melhor forma de composição do feromônio, vamos avaliar também qual é o tipo de armadilha mais adequada para se utilizar”, conta a professora.

Atualmente, um dos grandes desafios da agricultura é a redução de agroquímicos e a busca pela preservação do meio ambiente com uma agricultura sustentável. Neste sentido, um dos diferenciais da pesquisa é que a captura de machos da D. Speciosa é um método que reduz, ou tende a reduzir, o uso de inseticidas químicos para o controle da praga. O uso dessas armadilhas tem finalidade de monitoramento de populações. Assim, o inseticida só seria aplicado no momento em que a população está realmente em níveis que causam danos à lavoura.

A professora Cristiane destaca que essa aprovação é importante para o Departamento de Agronomia de maneira geral tendo em vista que, com parte dos recursos obtidos, a estrutura do Laboratório de Entomologia Agrícola será ampliada e isso auxiliará também no desenvolvimento de outras pesquisas. Outra parte dos recursos será utilizada para a compra de materiais de consumo. Ela também destaca que ter garantido o apoio do CNPq é motivo de satisfação pessoal. “Para mim foi uma felicidade muito grande porque é o papel que nós (professores) temos aqui: o de devolver à sociedade um pouquinho daquilo que ela investe em nós. Então, eu vou poder fazer uso disso para devolver o apoio e para representar a Unicentro dentro de uma descoberta, ou de uma evolução, tão importante quanto essa”, afirma.

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